35 anos depois de um crime de violação e morte, ADN determina prisão do assassino
Um homem foi preso em Rochester, Nova Iorque, por ter assassinado uma adolescente há 35 anos, revelou o Ministério Público americano numa conferência de imprensa realizada esta sexta-feira.
O crime ocorreu no Dia de Ação de Graças de 1984, quando a vítima, Wendy Jerome, então com 14 anos, foi violada e assassinada quando entregava um cartão de aniversário no seu bairro.
O corpo foi encontrado nessa noite perto da lixeira de uma escola, com sinais claros de traumatismos, conforme revelou Frank Umbrino, capitão da polícia de Rochester.
Na passada quarta-feira, Timothy Williams, de 54 anos, foi preso em sua casa, em Melbourne, na Florida, sob acusação de fuga segundo a procuradora assistente Julia Hahn, do condado de Monroe.
"Nunca pensei que chegaria a ver este dia", disse a mãe da vítima Marlene Jerome, em lágrimas. "Só queria que o meu marido estivesse vivo para ver isto. Ele morreu em 2011 e sei que ele está com a nossa filha lá em cima, sorrindo e dizendo que finalmente acabou", acrescentou.
Na base da descoberta do autor deste crime está o ADN extraído do sémen durante uma autópsia, que não obteve correspondências quando foi transferido para o banco de dados do FBI. No entanto, depois de em 2017 a lei de Nova Iorque ter sido alterada, as autoridades passaram a poder procurar correspondências semelhantes de ADN em bases de dados públicas, e não apenas no ADN retirado de investigações criminais, podendo agora descobrir eventuais criminosos através da construção de uma árvore geneológica a partir das amostras de ADN até chegarem ao suspeito.
Foi então que foi pedida a realização de uma pesquisa para tentar encontrar uma correspondência. No passado mês de julho, os resultados dessa investigação feita pelo laboratório criminal do estado de Nova Iorque deram origem a novas pistas, que segundo Umbrino permitiram reduzir o número de suspeitos.
No momento da detenção, Timothy Williams recusou ser extraditado da Florida para o estado de Nova Iorque, pelo que aguarda agora que seja decretada essa extradição para ser julgado no Tribunal da Cidade de Rochester por homicídio em segundo grau.
Alguns polícias que iniciaram as investigações neste caso, continuaram a ajudar mesmo depois de deixarem de exercer funções, sendo que a procuradora Julia Hahn era ainda uma criança na altura em que ocorreu o crime. "A história de Wendy ajudou-me a ser a procuradora que sou hoje", admitiu Hahn.
Já Frank Umbrino não escondeu a emoção durante a conferência de imprensa, tendo revelado o momento em que na quinta-feira à noite informou a mãe da vítima, que esperou 35 anos para ver este caso resolvido. "Marlene, sinto que demorou muito, mas finalmente conseguimos", disse o capitão da polícia de Rochester.