Bolsonaro presidente: "A nossa bandeira jamais será vermelha"

Esquema de segurança nunca antes visto na tomada de posse do novo presidente da República. Pelo Brasil, 27 governadores de estado também juraram a Constituição
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Num dos maiores esquemas de segurança da história do Brasil, Jair Bolsonaro toma posse como 38º presidente do país protegido por 3200 agentes da polícia, 2600 deles da polícia militar e os restantes da polícia federal, da polícia civil e da polícia de segurança rodoviária. Além das forças terrestres, mais de 20 aeronaves da força aérea brasileira vão efetuar rondas por Brasília, sendo que pela primeira vez serão utilizados dois mísseis antiaéreos teleguiados a laser capazes de abater aviões a sete quilómetros de distância.

Os cuidados especiais desta posse, por contraste com a de Dilma Rousseff, em 2014, por exemplo, devem-se sobretudo ao atentado, à facada, sofrido pelo então candidato à presidência, no dia 6 de setembro, em Juiz de Fora por um popular presente a um comício. São esperados, entretanto, de 250 a 500 mil pessoas na região da Esplanada dos Ministérios, devidamente instruídos para não usar guarda-chuvas, carrinhos de bebé ou animais de estimação, dado o esquema de proteção minucioso em torno do presidente e da sua comitiva.

A cerimónia começa às 16.45, hora de Lisboa, quando o presidente eleito e a sua mulher, Michelle Bolsonaro, deixam a Catedral de Brasília em carro oficial - um Rolls Royce descapotável modelo Silver Wraith, de 1952 - rumo ao Congresso Nacional. Lá, o presidente eleito será recebido pelos líderes da Câmara dos Deputados e do Senado, fará o juramento constitucional, assinará o termo de posse e discursará pela primeira vez no dia. Em seguida, passa a tropa em revista. Já eleito dirigir-se-á para o Palácio do Planalto, onde receberá a faixa presidencial do cessante Michel Temer e falará, pela primeira vez como presidente, ao povo.

Pela manhã, via rede social Twitter, Bolsonaro insurgiu-se contra uma notícia, que chamou de fake news, da revista Veja que dava conta de um suposto puxão de orelhas dado pelo eleito aos seus três filhos políticos. E rematou com a frase "vamos para a rampa, selva!". A rampa é a do Planalto e "selva" é uma forma de cumprimento militar.

Os 12 chefes de estado esperados no evento - entre os quais o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu e o presidente da República portuguesa Marcelo Rebelo de Sousa - serão depois recebidos em cerimónia no palácio do Itamaraty, sede do ministério das relações exteriores, num cocktail, que encerrará o dia. Todos os deputados e senadores foram convidados a estarem presentes mas os do PT e os do PSOL, partidos de esquerda, declinaram. Lula da Silva, presidente de 2003 a 2010 e líder histórico do PT, enviou da cadeia de Curitiba, onde cumpre pena por corrupção, uma mensagem dizendo que "2019 será ano de resistência e luta". "Não vamos baixar a cabeça!", escreveu.

No Brasil, entretanto, muitas mais tomadas de posse ocorreram no primeiro dia de 2019: 27 governadores de estado juraram a constituição, incluindo João Doria, de São Paulo, que criticou duramente o seu próprio partido, o PSDB, que governa o estado há 24 anos, e Wilson Witrzel, do Rio de Janeiro, especialmente contundente para com os dois anteriores governadores, ambos presos.

em São Paulo

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