Maduro suspende negociações com oposição e convoca "protesto mundial"
O governo da Venezuela anunciou que não vai participar numa nova ronda de negociações com a oposição, que estava agendada para esta quinta-feira em Barbados, em protesto contra o congelamento dos seus ativos determinada esta semana pelos EUA.
O executivo de Nicolás Maduro informou, em comunicado, que também está a rever o modelo das negociações patrocinadas pela Noruega, de forma a garantir a sua eficácia futura.
Igualmente em protesto contra a decisão dos Estados Unidos de congelar todos os ativos do governo venezuelano em território norte-americano, Maduro convocou para sábado uma "jornada mundial de protesto".
"Uno-me ao apelo feito pelo Grande Pólo Patriótico e pelo Congresso Bolivariano dos Povos e faço-o meu, a uma grande jornada mundial de protesto contra o bloqueio de Donald Trump, no sábado, 10 de agosto", apelou o presidente venezuelano, que falava em Caracas, no Panteão Nacional, onde decorram as cerimónias oficiais que assinalam os 200 anos da Batalha de Boyacá, que representou o fim do domínio espanhol sobre a Nova Granada, atual Colômbia.
"Já basta de bloqueio e agressão à Venezuela", disse Madurio, que pediu a "máxima mobilização popular, de todos os setores produtivos do país, das instituições do Estado e dos militares para condenar o bloqueio, as agressões e a ingerência norte-americana nos assuntos internos da Venezuela", apelando a que o protesto se realize também através das redes sociais Facebook, Instagram e Twitter.
"Mil formas de protesto em Maracaibo, Caracas, Cumaná, em Puerto Ordaz [localidades venezuelanas]. Mil formas de protesto no mundo, em Washington, Madrid, Bogotá e mil formas de protesto nas redes sociais e que conheça a verdade de tudo", disse.
Os Estados Unidos congelaram todos os ativos do governo liderado por maduro, uma decisão anunciada pela Casa Branca na última segunda-feira, que contempla igualmente a proibição de cidadãos norte-americanos realizarem quaisquer negócios com o executivo liderado por Maduro.
Segundo o ministro venezuelano de Relações Exteriores, Jorge Arreaza, a decisão de Washington "põe em risco os processos petrolíferos da Venezuela", ao dificultar "a importação de partes e peças" e a obtenção de diluentes e o transporte internacional.
No entanto, Jorge Arreaza garantiu que a Venezuela continuará "firme" na construção de novos caminhos alternativos. "Perante estes ataques já estamos preparados. Criámos caminhos alternativos porque não cederemos perante nenhuma situação", assegurou.