Montepio Geral avança com reformas antecipadas e fecho de balcões
Até ao final deste mês vão sair 200 trabalhadores da Caixa Económica Montepio Geral, resultado de um programa específico de pré-reformas lançado pela instituição e já negociado com os trabalhadores em questão. De seguida, o banco vai avançar com um programa de reformas antecipadas, "mais uma vez de cariz voluntário", procurando desta forma uma nova redução de colaboradores. Em quantos? Ainda não é certo.
"Até final de março saem 200 trabalhadores através de um programa específico de pré-reformas, ao qual aderiram 99,5% dos trabalhadores elegíveis", revelou José Félix Morgado, CEO do Montepio, ao Dinheiro Vivo. Esta dieta irá continuar, até porque o banco vai prosseguir com o seu programa de redimensionamento que até fevereiro já levou ao fecho de 40 balcões.
O banco contava com 3 871 colaboradores no final de 2015, menos 36 que no final de 2014. Já a rede doméstica do banco contava com 421 balcões, menos 15 que no ano anterior.
Para o CEO do Montepio, o plano estratégico que a instituição tem atualmente em curso vai "posicionar o banco para as novas condições do mercado bancário", cujos últimos anos ficaram marcados pela redução das margens. "Temos que ajustar o banco às condições do mercado, nesse âmbito estamos a rever tudo o que é utilização de meios, desde os contratos de fornecimento, à dimensão da rede, balcões e serviços centrais. Mas vamos manter a nossa cobertura geográfica", diz Félix Morgado.
O redimensionamento da rede, que já levou ao fecho de 40 balcões até fevereiro último, vai prosseguir até junho. "Há um programa de encerramento de alguns balcões, nomeadamente aqueles em que existe sobreposição", explica, dando como exemplo "zonas onde temos cinco balcões, por exemplo. Aqui é preciso medir se precisamos de dois ou três para ter a oferta que queremos". O Montepio Geral vai assim avaliar caso a caso os balcões com alguma sobreposição geográfica para decidir quais é que serão encerrados ao longo do segundo trimestre.
Sobre objetivos de redução de pessoal e de balcões, o CEO não adianta números em concreto. "Os nossos objetivos são de eficiência, chegar a um rácio de cost-to-income, que compare bem com o benchmark do setor e temos três anos para chegar a esse objetivo." Além disso, salienta, "o próprio desenvolvimento do negócio também pode resultar num crescimento que puxe pelo rácio, daí o nosso objetivo ser medido pela eficiência e não em números de balcões ou pessoas".
Reformas antecipadas
Lado a lado com a redução da rede do Montepio Geral vai então avançar "um redimensionamento também na área dos Recursos Humanos", diz Félix Morgado.
"Até ao final deste mês vão sair 200 pessoas através do programa de pré-reforma", um programa que, especificou, oferece aos visados um acompanhamento por três meses e ainda a manutenção das condições especiais de seguros ou créditos contratados com o Montepio.
Agora, avança novo plano. "Vamos abrir um programa de reformas antecipadas, mais uma vez voluntário e estruturado", revela o CEO do Montepio ao Dinheiro Vivo. "O programa dará com certeza todo o conforto e suporte a quem aderir. Será disponibilizado muito em breve mas ainda não temos data." Este programa, detalha, será aberto a candidaturas que posteriormente "serão selecionadas em função das necessidades".
Esta nova fase do redimensionamento do Montepio Geral é para o presidente do banco um passo importante no atual contexto de mercado e, em conjunto com o reforço dos rácios da instituição, colocará o banco em condições de aproveitar a oportunidade de um setor bancário onde o Montepio será, de facto, das poucas instituições portuguesas.
"O Montepio Geral é um banco português ao serviço da economia portuguesa" focado "nas pequenas e médias empresas, nos empresários em nome individual, nas famílias e na economia social" e, antecipa Félix Morgado, "são estes os segmentos que mais precisam da banca nacional, porque não têm acesso aos mercados externos" e é esta a oportunidade que o CEO quer agarrar.