Millenium BCP com mínimos históricos
As acções do Millennium BCP caíram 8,2 pontos percentuais para o mínimo histórico de 0,101 euros.
A queda contraria a subida dos pares e leva os investidores a preverem que o banco tenha de recorrer à linha de recapitalização do Estado, avança a agência Reuters.
Negociaram-se 99 milhões de acções do BCP a cairem 4,55 pontos percentuais para 0,105 euros.
"O BCP continua a ser alvo da desconfiança do mercado, continua pressionado, com a possível entrada de capital público a ter um impacto negativo, apesar de, no longo-prazo, esta eventualidade ser até positiva para o banco, já que levará a um reforço dos rácios de capital", afirmou José Novo da Orey iTrade.
Os analistas realçaram que o facto da acção estar a preços tão baixos, leva a que a variação percentual que lhe está implícita seja mais pronunciada.
Diogo Oliveira, operador do Best Trading, referiu que "o BCP é o banco português que não se mostrou preocupado com a eventual entrada do Estado no seu capital, ao contrário do BES e do BPI: " O mercado não vê nada com bons olhos a entrada do Estado no capital dos bancos. Esse é o factor que deverá estar a contribuir para estas quedas do BCP", acrescentou.
Uma outra operadora frisou que o BCP "continua a ser visto como um banco com fragilidades, necessita de uma injecção de capital e parece, cada vez mais, possível o recurso à linha de recapitalização, o que desagrada e afasta investidores".
A 'oil' angolana Sonangol é o maior accionista do Millennium bcp.
De recordar que Portugal está sob um resgate de 78.000 milhões de euros (ME) da União Europeia (UE) e Fundo Monetário Internacional (FMI), que impõe um corte do défice do país para 5,9 pct do Produto Interno Bruto (PIB) em 2011 e para 4,5 pct em 2012.
Este resgate contém uma linha de recapitalização da banca nacional no montante de 12 mil milhões de euros e prevê uma linha de 35 mil milhões de euros de garantias do Estado para os bancos emitirem dívida, obrigando a que os rácios de core-Tier 1 subam para 9% em 2011 e 10% em 2012.
O cehfe executivo do Millennium BCP disse, a 2 de Novembro, que o banco mantém a mesma posição e não tem intenção recorrer à linha do Estado, pelo menos no ano de 2011.