Microsoft Surface é o tablet do futuro

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Quando Bill Gates previu que os tablets

seriam o formato de computador mais popular da América, em novembro

de 2001, pouca gente o levou a sério. Nove anos depois, Steve Jobs

recuperou o formato falhado e gerou o terceiro blockbuster da nova

Apple. Em 2012, Steve Ballmer vai vingar o fundador da Microsoft com

o Surface. O tablet do futuro.

"É uma família inteiramente nova

de computadores da Microsoft. É uma ferramenta para fazer emergir as

vossas paixões e criatividade", disse Ballmer, CEO da Microsoft

desde 2001, durante a apresentação do Surface em Los Angeles.

"Levámos o nosso tempo para acertar no Windows 8 e no Surface",

acrescentou.

Dois anos foi o tempo que a Microsoft demorou a

responder à Apple, que não só tem no iPad uma fonte inesgotável

de lucros como começou a afastar os consumidores dos computadores

tradicionais, prejudicando as vendas do Windows.

O tablet vai chegar no outono, quando a

Microsoft lançar o novo sistema operativo Windows 8, e terá dois

modelos, o RT e o Pro.

O Surface RT ser"á o mais barato, com

um preço que rondará os 600 euros e a versão Windows RT, desenhada

para correr em processadores ARM (arquitetura normalmente usada em

smartphones e tablets).

Pesará 676 gramas, terá armazenamento

de 32 ou 64 gigas e ecrã de 10,6 polegadas (maior que o do iPad). O

Pro será o mais aproximado possível a um portátil convencional:

903 gramas, 64 ou 128 gigas, Windows 8 Pro e processadores Ivy Bridge

da Intel. O preço rondará os mil euros, próximo dos ultrabooks que

a Intel continua a promover.

Porque é que este lançamento é tão

importante? Várias fabricantes de hardware já se tinham

comprometido a fabricar tablets com Windows 8. A Microsoft não

precisava de investir na carcaça, podia concentrar-se apenas no

software e nas aplicações. Além disso, praticamente todas as

incursões da empresa neste mundo correram mal - desde o leitor de

música Zune aos telemóveis Kin. Mas Steve Ballmer decidiu ter o seu

momento Apple e desenhar um tablet de raiz, com um hardware feito

para elevar as potencialidades do Windows 8. Foi o que fez com a

consola Xbox, o maior sucesso da empresa.

Se a Microsoft fizer bem o trabalho de

marketing e ajustar ligeiramente o preço, o iPad vai ter o maior

concorrente até à data, maior que o Samsung Galaxy Tab. É inegável

a vantagem de um Surface com Windows sobre as dezenas de tablets com

Android, uma dor de cabeça para as empresas e menos familiar para os

consumidores.

Apesar das dúvidas que subsistem sobre

o modelo de comercialização do Surface - se será um exclusivo do

canal Microsoft, se o preço não terá de ser revisto -, o tablet

foi muito bem recebido pela crítica e pelos especialistas que o

testaram. "O design é como o de um carro de luxo", resumiu

Steven Sinofsky, líder da divisão do Windows dentro da gigante

norte-americana.

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