TVI repudia agressão a jornalista após jogo do FC Porto. Federação, Liga e Sindicato também condenam
A TVI emitiu esta terça-feira um comunicado em que repudia a agressão do repórter de imagem Francisco Ferreira na segunda-feira à noite após o jogo entre o Moreirense e FC Porto, que terminou empatado 2-2, e em que o protagonista da agressão foi o empresário de futebol Pedro Pinho.
A agressão levada a cabo por Pedro Pinho causou danos materiais, com a câmara do repórter a cair ao chão. O empresário foi identificado pela GNR que estava presente na zona.
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No comunicado enviado às redações, a TVI apela às "entidades competentes e às forças da manutenção da segurança e da ordem públicas para que se crie condições de proteção das equipas de reportagem que cobrem este tipo de eventos desportivos."
O canal de Queluz de Baixo faz questão de "distinguir a instituição Futebol Clube do Porto de outros agentes e reserva-se a faculdade de proceder judicialmente contra os responsáveis pelas agressões e pelos danos causados ao material de trabalho do repórter de imagem".
O diretor da informação da estação de Queluz de Baixo, Anselmo Crespo, disse que já tinha falado com o presidente do FC Porto, Pinto da Costa, e que o empresário Pedro Pinho tinha feito chegar ao repórter de imagem o seu pedido de desculpa, através da administração da Media Capital (detentora da TVI).
A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) condenou "de forma veemente" a agressão ao repórter de imagem. "Os espetáculos desportivos devem ser momentos de celebração da paixão pelo jogo e locais em que todos podem exercer as suas funções em liberdade e de forma segura", lê-se no comunicado, na qual a FPF junta "uma mensagem de ânimo e solidariedade ao repórter da TVI, extensiva a todos os profissionais da comunicação social".
A Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) repudiou a agressão, apresentando "uma palavra de solidariedade" ao repórter de imagem da TVI Francisco Ferreira, que estava em trabalho no Parque Desportivo Comendador Joaquim de Almeida Freitas, "repudiando esta e qualquer agressão verbal ou física contra elementos da comunicação social, que ocorram nos estádios ou nas imediações dos mesmos".
Em comunicado, a LPFP diz que "o futebol deve ser um local de festa, mesmo numa altura crucial da época e em que as emoções estão mais fortes do que nunca". "Apelamos a todos que mantenham a serenidade nas jornadas que faltam para terminar os nossos campeonatos. É o futebol quem pode perder com atos irrefletidos", refere o organismo.
O Sindicato dos Jornalistas (SJ) também repudiou "com veemência" a agressão, manifestando a sua "solidariedade" para com o profissional agredido. "O recurso à violência verbal e física contra os profissionais de comunicação social, seja qual for o pretexto, não é admissível numa democracia", acrescenta.
"Sendo a informação um bem público, o SJ reitera que a segurança no exercício de funções é fundamental para que os profissionais deste setor possam cumprir a sua missão de informar", salientando que "a coação, as ameaças, as agressões e os insultos configuram crimes, perante os quais os órgãos de informação e os próprios jornalistas visados devem reagir, apresentando queixa junto das autoridades competentes".
Sendo o crime público, "impõe-se que o Ministério Público tome posição rapidamente, em defesa da liberdade de imprensa", sublinha o SJ.