Redes sociais são principal fonte de notícias para metade dos consumidores

Pela primeira vez as redes sociais ultrapassam a televisão como fonte de notícias entre os jovens e o Facebook é a rede preferida
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Mais de metade (51%) dos consumidores de 26 países, Portugal incluído, usa as redes sociais como "fonte de notícias" pelo menos uma vez por semana, revela o estudo do Digital News Report 2016, do Reuters Institute.

Cerca de 12% dos inquiridos afirmou que as redes sociais são a sua "fonte principal" de notícias, sendo que o Facebook "é de longe a mais importante rede para encontrar, ler/ver e partilhar notícias", refere o estudo recentemente divulgado.

Por outro lado, o estudo indica que as redes sociais são "mais importantes para as mulheres" e para "os mais novos".

Mais de um quarto dos inquiridos com idades compreendidas entre os 18 e os 24 anos afirmou que a rede social (28%) é sua fonte principal de notícias, ultrapassando pela primeira vez a televisão (24%).

"Para quem vê informação na rede social o local de origem da informação é cada vez mais irrelevante e isso é trágico para os meios tradicionais", apontou Luís Santos, professor de jornalismo da Universidade do Minho.

Em termos de acesso à informação, os 'smartphones' (telemóveis inteligentes) foram o equipamento eleito por mais de metade (53%) da amostra, enquanto a utilização do computador está em queda e o crescimento do 'tablet' está a estagnar.

Outra das principais conclusões do Digital News Report é que, apesar das plataformas de media estarem a disponibilizar notícias de vídeo por razões comerciais, os consumidores ainda estão resistentes em aderir em massa a este formato.

Três quartos dos inquiridos (78%) disse preferir as notícias de texto, sendo que as razões apontadas por não utilizarem o vídeo deve-se ao facto de ser mais conveniente e rápido ler a informação (41%) e o incómodo da publicidade antes do visionamento do mesmo (35%).

Luís Santos sublinhou que o estudo demonstra que "os media sociais são cada vez mais uma fonte de informação chave para as pessoas" e que a evolução "ainda nem sequer estabilizou".

O Facebook é a rede social preferida dos inquiridos (44%), que conta com uma amostra de pouco mais de 2.000 pessoas por cada país.

O Youtube é também uma rede chave (19%), enquanto o Twitter continua como uma importante rede social para notícias (10%), preferida por jornalistas e políticos, em particular.

Além disso, as redes sociais não são apenas importantes para descobrir notícias, mas também para encorajar a discussão e partilha das mesmas.

Cerca de um quarto dos novos utilizadores de Internet (24%) partilha notícias via rede social em média por semana e são pessoas que tendem a gostar de debater temas como política, negócios, tecnologia ou ambiente.

Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, França, Itália, Espanha, Portugal, Irlanda, Noruega, Suécia, Finlândia, Dinamarca, Bélgica, Holanda, Suíça, Áustria, Hungria, República Checa, Polónia, Grécia, Turquia, Coreia do Sul, Japão, Austrália, Canadá e Brasil são os países analisados neste estudo.

"O ambiente de notícias de media em Portugal é caracterizado pela elevada confiança nas fontes de notícias de televisão, um setor de imprensa fraco e um setor de rádio que luta para se manter relevante", conclui o estudo, na análise por países.

O relatório aponta ainda que Portugal assistiu a uma redução de 1.218 jornalistas entre 2007 e o início de 2015, para um total de 5.621.

Relativamente ao pagamento de notícias na Internet, o estudo aponta que este "continua baixo (9%)", com um lento crescimento das subscrições digitais.

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