Presidente da Associação de Imprensa: "É urgente resolver problema da distribuição de jornais e revistas"
O presidente da Associação Portuguesa de Imprensa (APImprensa), João Palmeiro, alertou em entrevista ao Meios & Publicidade que "a distribuição de jornais e revistas, em Portugal, está a passar por uma situação deveras preocupante" e que perto de chegar a "uma situação de não retorno".
O líder da APImprensa diz que a "Vasp, a única distribuidora em Portugal, teve um prejuízo de 2,5 milhões de euros, em 2020, com distribuição de jornais e revistas". "Face à inexistência de qualquer apoio estatal, foram introduzidas contribuições dos pontos de venda e dos editores, que conduziram ao aumento dos preços de capa e que tiveram como consequência uma redução muito significativa na circulação paga. Mesmo com as contribuições de pontos de venda e editores, em 2021, o prejuízo na distribuição de jornais e revistas foi de cerca de 1,5 milhões de euros, um valor que se vem agravando, recentemente, com o aumento descontrolado dos combustíveis e do impacto do aumento do salário mínimo nacional", lamentou.
"É urgente resolver o problema da distribuição, pois sem ela não há editores, não há gráficas e, provavelmente, muitos pontos de venda serão obrigados a fechar", vincou o responsável.
João Palmeiro diz que os postos de venda passaram de 10 mil para menos de sete mil e que há "três municípios sem pontos de venda de imprensa - Vimioso, Alcoutim e Marvão - e há 20 concelhos com apenas um ponto de venda", dando conta de que "cerca de 66 por cento das freguesias portuguesas não têm, atualmente, pontos de venda de imprensa, sendo a população residente nessas freguesias de quase dois milhões de habitantes".
O presidente da APImprensa refere que "as tiragens diárias de jornais e respetiva distribuição diminuíram de cerca de 1,5 milhões de exemplares, em 2008, para 0,5 milhões em 2022". "Mesmo assim, é a venda, em banca, de jornais e revistas, que garante a base de sustentação da imprensa, pois as receitas do digital, da publicidade e de assinaturas, na generalidade dos órgãos de comunicação social, estão ainda longe de atingir esse valor", lamentou.