Jacques Rodrigues em liberdade após pagar caução de 500 mil euros
Segundo a advogada do empresário, Jacques Rodrigues ficou ainda proibido de contactar os outros arguidos e de exercer funções no grupo.
O dono do grupo Impala foi libertado esta segunda-feira após ter pagado uma caução de 500 mil euros.
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Segundo a advogada do empresário, Jacques Rodrigues ficou ainda proibido de contactar os outros arguidos e de exercer funções no grupo.
Segundo o Observador, o Ministério Público promoveu o depósito de uma caução de um milhão de euros, mas o juiz de instrução criminal do Tribunal de Sintra decidiu-se apenas por metade.
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O filho do empresário, Jacques Gil Rodrigues, foi libertado com a medida de coação mínima, de Termo de Identidade e Residência, podendo assumir funções na administração a Impala com o objetivo de evitar o colapso do grupo editorial.
O dono do grupo das revistas Nova Gente e Maria foi detido na quinta-feira pela Polícia Judiciária (PJ), numa operação que deteve outras três pessoas e fez buscas em vários pontos do território nacional, tendo sido constituídos 10 arguidos.
De acordo com a nota de imprensa divulgada pela PJ, na operação intitulada "Última Edição", levada a cabo pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC), estão em causa suspeitas da prática dos crimes de corrupção passiva, corrupção ativa, insolvência dolosa agravada, burla qualificada e falsificação ou contrafação de documentos.
"Durante a ação policial que se desenvolveu em Lisboa, Sintra, Cascais, Oeiras, Amadora, Santo Tirso, Porto, Matosinhos e Funchal, procedeu-se ainda ao cumprimento de quatro mandados de detenção fora de flagrante delito e à constituição de dez arguidos", referiu a PJ, esclarecendo que foram realizadas oito buscas domiciliárias e 24 buscas não domiciliárias, das quais seis em empresas de comunicação social, quatro em gabinetes de revisores oficiais de contas e uma num escritório de advogados.
A PJ adiantou ainda que a operação visou a recolha de provas complementares e contou com o apoio de diferentes unidades desta força policial, envolvendo mais de 100 investigadores criminais e peritos, além da colaboração do Ministério Público, que tem o inquérito sobre esta matéria a correr no Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Sintra.
"Em causa está uma investigação criminal cujo objeto visa um plano criminoso traçado para, entre o mais, ocultar a dissipação de património, através da adulteração de elementos contabilísticos de diversas empresas, em claro prejuízo de diversos credores, (...) os trabalhadores, fornecedores e o Estado, estando reconhecidos créditos num valor total de cerca de 100.000.000,00Euro (cem milhões de euros)", lê-se na nota divulgada.
A PJ salientou também a "forte indiciação" do desvio do dinheiro "para fora do território nacional, num montante global que ascenderá a largas dezenas de milhares de euros".
A Impala viu o Juízo de comércio de Sintra declarar em outubro a insolvência da Descobrirpress, de Jacques Rodrigues.
O grupo Impala tinha há vários anos litígios em tribunal por créditos salariais devidos a ex-trabalhadores.