A revolução de 25 de Abril de 1974
No Largo do Carmo, em Lisboa, o capitão Salgueiro Maia exigiu a rendição de Marcelo Caetano, o chefe do Governo deposto.
Foi a terceira mudança de regime em Portugal testemunhada pelo DN desde a sua fundação, em 1864. E a segunda edição do jornal desse 25 de abril de 1974 era cautelosa no título de primeira página: "Eclodiu um movimento militar" com o objetivo de "substituição do atual regime." Noutro título, Américo Tomás e Marcelo Caetano e os ministros ainda são referidos como "o chefe do Estado e o governo", embora fosse desconhecido o seu paradeiro. Mas, tal como o 5 de Outubro de 1910 que trouxe a República e o 28 de Maio de 1926 que instalou o Estado Novo, a Revolução dos Cravos acabou por ser bem-sucedida e quando o jornal chegou às bancas era certo que os capitães sublevados tinham o apoio da rua e nenhuma oposição de relevo. Foi no Largo do Carmo, em Lisboa, que a tensão atingiu momentos mais altos, com Salgueiro Maia a ter de acalmar os lisboetas que queriam ir buscar Caetano à força dentro das instalações da GNR. O chefe do governo deposto acabou por entregar o poder ao general António de Spínola e seguir, sob escolta do capitão Salgueiro Maia até ao aeroporto, voando para a Madeira, escala antes do exílio no Brasil.