Administrador de Insolvência da Trust in News pediu para encerrar empresas e fazer despedimento coletivo
Notícia atualizada às 14:40 com a posição do administrador de insolvência de que a comissão de credores ainda não deu qualquer indicação quanto ao seu pedido.
O administrador de insolvência da Trust in News – que detém títulos como a Visão, a Exame, a Caras, a Ativa ou o Jornal de Letras – pediu autorização à comissão de credores para encerrar a atividade das empresas e avançar para o despedimento coletivo de todos os trabalhadores.
De acordo com um comunicado de terça-feira a que o DN teve acesso, o administrador de insolvência, André Pais, pediu o “encerramento da atividade do estabelecimento compreendido na Massa Insolvente” – ou seja, de todos os títulos. Também solicitou o “despedimento coletivo promovido pelo Administrador da Insolvência da totalidade dos colaboradores afetos ao referido estabelecimento”. O número de trabalhadores que serão abrangidos rondará as 100 pessoas.
Em nota enviada ao DN, André Pais precisou que “a empresa continua em atividade" e que "não há objetivamente qualquer informação de que a Comissão de Credores tenha dado indicações ao Administrador da Insolvência para proceder ao encerramento da empresa e despedimento coletivo dos trabalhadores”.
Em 20 de junho, os trabalhadores da Trust in News (TiN)iniciaram uma greve por tempo indeterminado devido aos salários e subsídios em atraso.
Pouco antes do início da greve, o Sindicato dos Jornalistas reuniu-se com o sócio-gerente, Luís Delgado, para discutir a situação da Trust in News (TiN) e para apurar se haveria margem para o pagamento das remunerações em atraso, porém não recebeu qualquer garantia de que os créditos laborais viessem a ser pagos nos próximos dias ou semanas.
De acordo com o sindicato, Luís Delgado argumentou que não tem ainda a ‘luz verde’ da juíza do processo de insolvência para dar cumprimento à decisão dos credores que lhe permite regressar à gestão da TiN, solução que a maioria dos trabalhadores rejeitou na assembleia de credores do dia 29 de janeiro.
O ainda dono da TiN referiu que o administrador judicial em exercício, nomeado pelo tribunal, “está limitado na sua atuação porque teve de pagar impostos à Autoridade Tributária e contribuições à Segurança Social, para não incorrer num crime, e que por isso não foi ainda possível liquidar os salários na sua totalidade”.
No plenário de 30 de maio, quando decidiram avançar para esta greve, os trabalhadores "tinham manifestado já a sua indignação por apenas terem recebido 80% do salário de abril, em três prestações, encontrando-se os restantes 20% por pagar, assim como o salário de maio, o respetivo subsídio de refeição e alguns subsídios de férias". Na véspera da greve, de acordo com notícias da altura, os trabalhadores receberam 25% do salário de maio.
Fundada em 2017, a Trust in News é detentora de 16 órgãos de comunicação social, em papel e plataformas digitais.