Marca CTT Express arranca em Espanha. CTT investem 12 milhões

Serão 12 milhões para dar a volta à operação em Espanha que, entre 2016 e 2020, registará prejuízos de cerca de 25 milhões. Querem break-even em 2021.
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Os CTT começam a operar em Espanha a partir de hoje com uma nova marca, a CTT Express, que resulta da integração da Tourline Express na CTT Expresso, anunciou a companhia esta sexta-feira em Madrid. O operador postal está a investir 12 milhões de euros para dar a volta à operação, posicionando-a como futuro líder de mercado de expresso & encomendas na Península Ibérica. Espanha é o segundo maior mercado de receitas da empresa. Querem atingir o break-even operacional já em 2021.

"O rebranding em Espanha e o novo posicionamento em Portugal são a faceta mais visível da forma como os CTT se apresentam no mercado e querem ser reconhecidos, ligando pessoas e empresas. Os CTT assumem-se como uma empresa ibérica com ambição de liderança no expresso & encomendas mas também como um operador de entrega total, com uma oferta segmentada, do correio às encomendas, dos produtos aos serviços, e como um parceiro de negócio privilegiado e de confiança", justifica João Bento, CEO dos CTT.

Espanha, mercado onde o operador postal está desde 2005, é o segundo maior mercado de receitas dos CTT e opera num segmento, expresso e encomendas, onde a companhia deposita expectativas de crescimento para contrariar quebra de tráfego postal, tendo para isso delineado um plano estratégico.

O mesmo passou por mudanças na equipa executiva, desde o terceiro trimestre do ano passado com Manuel Molins (ex-SEUR e Ex-Correos Express) na liderança, e pelo investimento de 12 milhões de euros em novas instalações, tecnologia de otimização de distribuição e na digitalização para posicionar a companhia como líder no mercado ibérico. O plano estratégico visa atingir o break even operacional (EBITDA) durante 2021.

"A nova estratégia da CTT Express se centrará no crescimento orgânico a curto prazo e terá capacidade para fazer frente tanto ao mercado B2B como à crescente procura no B2C. A CTT Express terá a melhor oferta de transporte expresso empresarial do mercado ibérico, para responder às necessidades dos nossos clientes”, diz Manuel Molins, diretor-geral da CTT Express.

Perda da Amazon impacta tráfego e receitas em Espanha

Até setembro de 2019, os CTT registaram 110,1 milhões de euros de receita no segmento de expresso e encomendas (+1,3%), dos quais 37,8 milhões de euros com o contributo da operação em Espanha. O valor representa um recuo de 6,9% face aos primeiros nove meses de 2018, "muito influenciado pela perda de um dos maiores clientes da Tourline" (agora CTT Express).

Com a perda das entregas da Amazon em Espanha (há um acordo com Portugal, assegurando o CTT Express as entregas do gigante de ecommerce no mercado nacional) o tráfego caiu 8,7%. Sem esse impacto, a evolução dos rendimentos e do tráfego teria sido de 9,7% e 9,6%, respetivamente, em resultado da "captação de novos clientes e do crescimento da rede de franchisados", informa os CTT no relatório e contas.

Em novembro, numa call com analistas, João Bento admitia que a trajetória de crescimento da companhia neste mercado tinha sido interrompida pela perda da Amazon. "É um pouco uma história triste porque estamos a perder dinheiro há algum tempo", disse, citado pelo Eco. "Houve uma clara trajetória de recuperação que foi repentinamente travada pela perda se um grande cliente, a Amazon. Mas isso também nos permitiu perceber que não estávamos provavelmente a atacar o mercado da maneira correta", disse.

Entre 2016 e 2020, a agora CTT Express registará prejuízos operacionais na ordem dos 25 milhões de euros, antes de atingir o break-even operacional (receitas iguais a custos), em 2021 segundo o plano estratégico.

*Em Madrid. A jornalista viajou a convite da empresa

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