O presidente executivo do Metro AG, Olaf Koch, grupo que detém a Makro em Portugal, admitiu, em entrevista à Lusa, a abertura de mais lojas no mercado português, mas sem data prevista..Atualmente com 10 lojas, a Makro Portugal poderá vir a abrir mais unidades em território nacional.."Acho que não há nenhuma razão para não abrir" mais lojas, afirmou Olaf Koch, que considerou que antes de qualquer decisão é preciso esgotar a capacidade das unidades já existentes.."Se a capacidade for ultrapassada devido ao crescimento" não há dúvida que "iremos investir em novas lojas", explicou..Questionado sobre a localização das mesmas, Olaf Koch disse que isso será uma decisão do responsável da Makro Portugal, David Antunes..Por sua vez, o presidente executivo da filial portuguesa apontou a zona da "Serra da Estrela, Covilhã" e "Madeira", áreas que a Makro Portugal já cobre, mas que podem vir a ter unidades..Sobre quando é que poderá acontecer uma nova abertura, Olaf Koch disse que "não é impossível" que tal decisão venha acontecer no espaço do ano, mas salientou que o investimento da empresa está atualmente focado na melhor qualidade de serviço aos seus clientes..Relativamente ao investimento da Makro em Portugal, os responsáveis - Olaf Koch e David Antunes - não adiantaram valores, mas salientaram que a aposta está nas pessoas e na qualidade do serviço aos clientes..Além do recrutamento de pessoal que a grossista está a fazer para reforçar a equipa no verão, David Antunes adiantou que a subsidiária portuguesa contratou desde 2017 mais de duas centenas de pessoas, mais precisamente "225".."Estamos a investir em competências", afirmou o presidente executivo da Makro Portugal, dando os exemplos da abertura da Makropédia, centro de partilha de conhecimento dedicado a colaboradores, clientes e parceiros..Sobre a digitalização, que é um desafio para o setor, esta vai "mudar o jogo na indústria para melhor", considerou o presidente executivo do Metro, adiantando que o grupo tem desenvolvido "uma série de ferramentas" que permitirão melhorar o desempenho dos seus clientes..Questionado sobre como vê o futuro do grupo, Olaf Koch sublinhou que o Metro não é apenas uma empresa de 'cash & carry', mas mais do que isso: distribuição, formação e inovação.."Acho que daqui a três anos o perfil" do grupo será "o de uma empresa com soluções", um parceiro empresarial, adiantou..Relativamente às suas expetativas sobre o mercado português nos próximos três anos, o presidente do grupo alemão manifestou-se otimista.."Tenho observado Portugal através da Makro Portugal, mas também através de programas de 'startups' que apoiamos", começou por dizer o gestor.."Estou bastante impressionado pela forma como o país mudou desde os tempos difíceis [intervenção da 'troika']", prosseguiu, salientando que a trajetória ascendente da economia portuguesa "deverá continuar", nomeadamente no setor onde a Makro Portugal opera, "nomeadamente no setor alimentar".."Portugal é um país que viveu uma fase de dificuldade e tornou-se mais forte", disse, apontando o "aspeto da inovação", que é "algo que está a acontecer" no país.."Inovação, criatividade e empreendedorismo. Isso é assinalável comparando com outros países europeus. E Portugal, especificamente no que respeita à inovação no setor alimentar, está a tornar-se um dos países pioneiros" nesta área, salientou..O grupo Metro mantém o seu compromisso de reduzir de forma significativa a utilização de plástico nos próximos anos, uma tendência seguida por vários setores em termos globais.."Já substituímos [o plástico] em centenas de artigos" e isso é um dos grandes desafios no futuro, referiu.."Do meu ponto de vista é preciso encontrar material alternativo que seja mais sustentável", disse, apontando que há situações em que a "alternativa" por vezes "é mais prejudicial para o planeta do que o próprio plástico em si", pelo que as várias partes envolvidas devem trabalhar em conjunto na procura de soluções..Meta de 400 milhões na faturação.Atualmente, "estamos constantemente a aumentar as receitas" anuais no mercado português, afirmou Olaf Koch, na sua primeira visita à operação portuguesa, depois de um período em que a Makro Portugal sofreu uma reestruturação que levou à redução do número de trabalhadores.."Estamos a aproximarmo-nos dos 400 milhões de euros" de faturação, o que vai ser "um marco para mostrar que a Makro Portugal está recuperar de forma saudável e muito lucrativa", acrescentou o gestor..Questionado sobre quando é que vão atingir a meta dos 400 milhões de euros, Olaf Koch afirmou que "em 2020", mas admitiu que tal possa ainda acontecer este ano.."Vamos tentar chegar aos 400 milhões este ano", disse, lançando o repto ao responsável da Makro Portugal, David Antunes, também presente na entrevista..No ano fiscal 2017/2018, terminado em setembro passado, a faturação da Makro Portugal foi de 379 milhões de euros, uma subida de cerca de 4% face ao período anterior..A Makro, filial portuguesa do grupo alemão Metro, é uma das principais empresas na distribuição grossista, comercializando produtos alimentares e não alimentares. Em 2015, além de ter anunciado maior autonomia local a nível comercial e operacional, passou a reportar diretamente à Alemanha, em termos operacionais..Uma das apostas da Makro Portugal assenta no canal HoReCa, ou seja, hotéis, restaurantes e cafés. A Makro entrou em Portugal em 1990, atualmente emprega mais de 900 pessoas e conta com duas plataformas logísticas: Torres Novas e Malveira.