Fernando Chui Sai On falava no simpósio de apresentação do documento "Linhas Gerais do Planeamento para o Desenvolvimento da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau", projeto que o Presidente chinês, Xi Jinping, considerou a "revitalização da nação". ."Devemos ter a profunda noção de que o princípio 'um país, dois sistemas' é a marca que permite distinguir a Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau de outras baías internacionais de excelência, e é também a sua maior vantagem", afirmou, na sua intervenção, numa referência às baías de Tóquio, São Francisco ou Nova Iorque. .O responsável destacou que Macau está, enquanto uma das cidades centrais da Grande Baía, "a organizar ativamente e a acelerar os trabalhos de articulação e a promover plenamente a vantagem institucional do princípio 'um país, dois sistemas'", criado nos anos 1970 pelo líder chinês Deng Xiaoping e em vigor nas regiões administrativas especiais chinesas de Macau e de Hong Kong. .Chui Sai On alertou que a construção da Grande Baía irá trazer a Macau "grandes oportunidades de desenvolvimento", que devem ser aproveitadas para "acelerar a integração [do território] na conjuntura do desenvolvimento" chinês..Tal como já havia anunciado na segunda-feira passada, Macau vai continuar a reforçar as suas vantagens enquanto "centro mundial de turismo e lazer" e "plataforma de serviços para a cooperação comercial entre a China e os países lusófonos", no âmbito da construção da Grande Baía e da participação na iniciativa "Uma Faixa, Uma Rota". .Assim, será dada prioridade à construção de uma base de ensino e formação em turismo, que servirá a Grande Baía, e apostar também na criação da plataforma sino-lusófona de serviços financeiros e na base de formação de quadros bilingues de chinês-português, referiu. .O chefe do executivo de Macau, a cumprir os últimos meses do seu último mandato, lembrou que a Grande Baía envolve, além do princípio "um país, dois sistemas", três zonas aduaneiras, e exige um "espírito pragmático, flexível e criativo". ."As metas de desenvolvimento e a distribuição de missões abrangem vários domínios fundamentais, nomeadamente a construção de um centro de inovação tecnológica internacional, o aceleramento da conetividade das infraestruturas, a construção de um sistema industrial moderno com competitividade internacional, a promoção de valores ecológicos, a criação de um círculo de vida de boa qualidade e com boas condições de trabalho e de deslocação, o reforço da cooperação e a participação conjunta na iniciativa 'Uma Faixa, Uma Rota'", sublinhou. .Chui Sai On afirmou que as autoridades de Macau têm dado "a maior atenção à cooperação com as cidades da Grande Baía, no sentido da conjugação da indústria com a academia e a investigação" para "proporcionar mais oportunidades e condições mais favoráveis à inovação e ao empreendedorismo dos jovens na Grande Baía". .Ao concluir a sua intervenção no simpósio, o responsável prometeu que as autoridades do território vão continuar a empenhar "esforços na construção de Macau como base de cooperação e diálogo, sob o lema 'promover a coexistência das diversas culturas com predominância da cultura chinesa'" e para que mais de 400 anos de intercâmbio entre Oriente e Ocidente possam ser usados na construção de uma "grande baía cultural". .O projeto da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau pretende criar uma metrópole mundial a partir de Hong Kong e Macau, e nove cidades da província de Guangdong (Dongguan, Foshan, Cantão, Huizhou, Jiangmen, Shenzhen, Zhaoqing, Zhongshan e Zhuhai), numa região com cerca de 70 milhões de habitantes e com um Produto Interno Bruto (PIB) que ronda os 1,3 biliões de dólares norte-americanos, maior que o PIB da Austrália, Indonésia e México, países que integram o G20..De acordo com o documento agora apresentado, a Grande Baía vai converter-se, até 2022, num 'cluster' de classe mundial e, até 2035, numa área de excelência a nível internacional.