A embaixadora do país junto da ONU, Maria Helena Pires, disse que era uma "feliz coincidência" fazer o discurso no dia em que se celebram 18 anos em que uma força internacional mandada pela ONU chegou a Timor Leste "para acabar com o derramar de sangue e abrir caminho para a obtenção da independência nacional num referendo supervisionado pela ONU."."Em nome do povo timorense, reitero a minha gratidão sincera às Nações Unidas, aos seus funcionários e aos civis que, sob a bandeira da ONU, protegeram inocentes e salvaram vidas", disse a embaixadora. .Pires lembrou ainda a presença hoje na ONU de um "ator principal" deste processo. ."Enquanto primeiro-ministro de Portugal, a ação de António Guterres, guiada por valores e imperativos éticos, foi decisiva para que a história de Timor Leste seja considerada um sucesso", garantiu a diplomata. .Maria Helena Pires lembrou que o país celebra este ano 15 anos da sua independência e disse que sua história recente "lembra, de forma vivida, que quando os valores cívicos que fundam a ONU assumem a lideranca, e inspiram decisões, a ONU e a lei internacional se tornam forças poderosas e decisivas para resolver conflitos e restaurar a paz." .A embaixadora indicou depois alguns números que ilustram o caminho percorrido por Timor Leste: desde 2002, a taxa de mortalidade infantil desceu para metade, a esperança media de vida subiu de 60 para 68 anos e a sua qualificação no Índice de Desenvolvimento Humano quase duplicou de 0.375 para 0.610.."O objetivo que estabelecemos, em 2011, é pertencermos o grupo dos países de rendimento médio até 2030, erradicar a pobreza extrema e estabelecer uma economia diversa e sustentável não baseada no petróleo", explicou a representante. .A embaixadora disse ainda que "a democracia tem sido fortalecida, eleição após eleição, com altas taxas de participação" e que o Índice Democrático classifica o pais como a nação mais democrática do Sudoeste Asiático..Em relação à paridade de género, Pires disse que um terço dos membros do Parlamento são mulheres mas que, "ainda assim, a proteção de mulheres contra a exploração e o avançar do seu papel na sociedade ainda carece de desenvolvimento de políticas que promovam a igualdade.".A embaixadora lançou ainda dois apelos: pela autodeterminação do povo do Sahara Ocidental e pelo fim do embargo a Cuba, que classificou de uma "situação anacrónica massivamente rejeitada pela comunidade internacional." ."Tenho muito prazer em informar esta Assembleia Geral de que Timor Leste e a Austrália têm feito progresso significativos - decisivos, mesmo - nas conversações para demarcar a nossa fronteira oceânica", disse ainda a embaixadora. .Maria Helena Pires deixou, no final, um reconhecimento do papel da comunidade internacional no percurso do país e um apelo para que essa ajuda continue. ."Não teríamos chegado tão longe sem estas parcerias. Hoje, a ajuda dos nossos parceiros é igualmente preciosa para acelerarmos os esforços de diversificação da económica, desenvolvimento do setor produtivo e melhoria dos nossos serviços públicos, assim como melhorar os indicadores sociais e económicos do nosso povo", concluiu a timorense.