Segundo as conclusões do relatório preliminar, só em 2016 [o ex-chefe do Estado-Maior do Exército general Rovisco Duarte tomou posse em abril de 2016] foi iniciado o "processo de reabilitação dos paióis", preocupação "acompanhada com decisões, de prazo curto, por parte do Ministério da Defesa Nacional". .O relatório aponta falhas ao então comandante das Forças Terrestres, general Faria Menezes, que se viria a demitir, afirmando-se nas conclusões que a "preocupação da estrutura de Comando das Forças Terrestres era a salvaguarda dos comandos das unidades e não o apuramento das responsabilidades"..O documento, que foi hoje apresentado na comissão parlamentar de inquérito pelo deputado relator, Ricardo Bexiga, tem 170 páginas e termina com as conclusões e 35 recomendações. .A infraestrutura e os equipamentos dos paióis foram-se "degradando ao longo de mais de uma década" sem que, até 2016, "se tivessem tomado medidas no seio da estrutura do Exército" para a sua recuperação, considera o relator..A degradação era "notória" ao nível das vedações, dos espaços de aquartelamento, iluminação, dos postos de vigia, dos sistemas de alarme, dos sensores de movimento e de videovigilância e até dos sistemas de segurança contra incêndios, refere. .Até 2015, estas situações foram do conhecimento dos chefes de Estado-Maior "sem que para tal tivessem assumido medidas urgentes" e que antes de 2016 "nada foi reportado aos titulares da pasta da Defesa Nacional". .Para o relator, "não tinha justificação plausível a falta de atenção ao reforço dos procedimentos de segurança", verificando-se que esta questão "não era uma prioridade". .Nos dias a seguir ao furto, que ocorreu em 28 de junho de 2017, o Exército "não conseguiu identificar o período e a forma em que se verificou a intrusão" no perímetro de Tancos e o Comando das Forças Terrestres [liderado à altura pelo general António Faria Menezes] "não teve um comportamento uniforme na informação a todo o Exército do acontecido nem determinou, com critério, as orientações para o reforço da segurança". .O relatório aponta ainda que "houve por parte do pessoal que estava de serviço uma desvalorização da ocorrência e uma tentativa de eliminação de provas".