Gui Minhai, que tem dupla nacionalidade, chinesa e sueca, seguia num comboio com dois diplomatas suecos, em 20 de janeiro passado, quando foi detido por polícias chineses, em Pequim..O editor, que tem estado sob vigilância policial numa casa em Ningbo, no leste da China, deslocava-se à capital chinesa para consultar um médico devido a sintomas da doença de Charcot-Marie-Tooth, uma neuropatia de que padece..Em comunicado, a ministra sueca dos Negócios Estrangeiros, Margot Wallstrom, questiona o primado da lei na China, sugerindo que Estocolmo vai adotar uma postura mais assertiva para lidar com esta questão..A detenção de Gui "infringe regras internacionais básicas de apoio consular", aponta Wallstrom, que exige ainda que Pequim revele o paradeiro de Gui e os crimes de que é acusado..Gui desapareceu pela primeira vez no final de 2015, quando passava férias na Tailândia. Era então o dono da "Mighty Current", editora de Hong Kong conhecida por publicar livros críticos dos líderes chineses..O livreiro apareceu mais tarde na televisão estatal chinesa CCTV a confessar que se tinha entregado às autoridades pelo atropelamento e morte de uma jovem em 2004..Quatro funcionários na livraria de Gui foram também detidos nos meses seguintes, mas acabaram por ser libertados passado pouco tempo, enquanto Gui permaneceu preso até outubro passado..A suspeita de que Gui e os seus funcionários foram detidos por homens ao serviço das autoridades chinesas, entre 2015 e 2016, desencadeou uma onda de revolta e preocupação em Hong Kong, por constituir uma flagrante violação do princípio "Um país, dois sistemas"..De acordo com esta fórmula, as políticas socialistas em vigor no resto da China não se aplicam em Hong Kong e Macau, (exceto nas áreas da Defesa e Relações Externas, que são da competência do governo central chinês) e os dois territórios gozam de "um alto grau de autonomia".