SÍNTESE: Incêndios: Fogo no distrito de Leiria fez 25 mortos, chamas combatidas por centenas

O incêndio que deflagrou no sábado no concelho de Pedrógão Grande, norte do distrito de Leiria, provocou 25 mortos, vários feridos e prejuízos inquantificáveis, estando o combate às chamas ainda em curso, com centenas de operacionais.
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Segundo a página na Internet da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), o fogo deflagrou em Escalos Fundeiros à 13:43 de sábado e às 04:30 de hoje estavam no local 672 elementos, apoiados por 218 viaturas.

Pelas 19:00, os bombeiros e GNR alertavam para a existência de várias habitações em risco, tendo sido o trânsito automóvel cortado no Itinerário Complementar (IC) 8.

Duas horas depois, as autoridades davam conta das primeiras vítimas - um bombeiro desaparecido e vários feridos -, enquanto o presidente do município de Pedrógão Grande, Valdemar Alves, alertava para aldeias "completamente cercadas" e falta de bombeiros.

No concelho vizinho de Figueiró dos Vinhos, o município anunciava pelas 23:00 casas destruídas e alguns feridos, além de localidades sem eletricidade.

Pouco depois, o secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, anunciava em Pedrógão Grande a existência de 19 mortos, 16 das quais morreram carbonizadas dentro dos carros em que seguiam, na estrada nacional que liga Figueiró a Castanheira de Pera. As outras três pessoas morreram por inalação de fumos, no concelho de Figueiró dos Vinhos.

A Pedrógão Grande também se deslocaram o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e a ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa.

Marcelo Rebelo de Sousa, que apresentou os sentimentos aos familiares das vítimas, deixou uma palavra de ânimo e conforto aos que continuam a combater o incêndio -- a lavrar nos concelhos de Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera -, considerando que "o que se fez foi o máximo que se podia fazer".

O número de vítimas mortais foi atualizado já na madrugada de hoje pelo primeiro-ministro, António Costa, que se deslocou à sede da ANPC, em Oeiras (distrito de Lisboa), onde afirmou, numa primeira declaração, que o incêndio que deflagrou em Pedrógão Grande "é seguramente a maior tragédia" em Portugal nos últimos anos.

Já depois de uma reunião com responsáveis da ANPC, António Costa anunciou que o número de mortos aumentou para 24, admitindo que o número poderia ser maior e que o incêndio terá sido causado por trovoadas secas, mas salientou que "é prematuro tirar ilações" sobre o que aconteceu.

Questionado sobre o que terá causado tantas vítimas mortais, o primeiro-ministro respondeu: "Neste momento é obviamente prematuro tirar ilações sobre o que terá acontecido naquele local. Algo de muito especial aconteceu, seguramente, pela dimensão das vítimas que teve. Neste momento, a Polícia Judiciária está já no local, a quem compete a investigação, com o apoio da Guarda Nacional Republicana".

O primeiro-ministro informou ainda, depois de expressar pesar pelas vítimas, que vai ser decretado luto nacional.

Numa nova atualização, o secretário de Estado deu conta de que o número de mortos subiu para 25, todos civis, apanhados pelas chamas quando circulavam por estradas, à exceção de três que foram atingidas por uma nuvem de fumo junto ao cemitério de Figueiró dos Vinhos.

Segundo Jorge Gomes, existem ainda 11 feridos civis e cinco bombeiros, dois deles com gravidade, e o incêndio tinha pelas 04:30 quatro frentes ativas, duas delas muito intensas.

O incêndio está a mobilizar outras entidades, como a Polícia Judiciária, que tem no terreno várias equipas, de Coimbra, Leiria e Lisboa, e o Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses, que deslocou, entre outros elementos, uma equipa de desastre de massa, constituída por quatro pessoas que são especialistas na identificação de corpos em casos de catástrofe.

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