Singapura sanciona dois executivos da banca por corrupção em fundo malaio

A Autoridade Monetária de Singapura (AMS) anunciou hoje a imposição de sanções a dois antigos executivos da banca e serviços financeiros pela sua implicação no caso de corrupção do fundo estatal de investimento da Malásia, 1MDB.
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O banco central proibiu, de forma vitalícia, a prestação de qualquer serviço financeiro na Cidade-Estado a Yeo Jiawei, antigo alto funcionário do BSI Bank, aplicando a mesma sanção, mas apenas por três anos, a Kevin Scully, ex-diretor-geral da NRA Capital, informou a AMS através de um comunicado.

Yeo Jiawei foi investigado pela sua implicação no esquema do 1MDB e condenado, em julho, a quatro anos e meio de prisão por várias acusações, incluindo branqueamento de capitais e pagamento de subornos a testemunhas durante a investigação do Departamento de Assuntos Comerciais de Singapura.

No caso de Scully, o banco central considerou que realizou uma avaliação sem julgamento e objetividade sobre a PetroSaudi Oil Servicies, uma das empresas-chave no escândalo de corrupção, da qual a NRA se encarregou.

A resolução da AMS também interdita Scully de participar na gestão, direção ou de se tornar acionista de peso de qualquer empresa de serviços financeiros em Singapura.

No total, a AMS impôs proibições financeiras a oito pessoas por assuntos relacionados com o fundo estatal malaio, e mais de 20 milhões de dólares em sanções a bancos que operam em Singapura pelas suas falhas nos mecanismos de prevenção de lavagem de dinheiro.

Além de Singapura, outros cinco países, incluindo Estados Unidos e Suíça, investigam os movimentos bancários do 1MDB, que nasceu para enriquecer o erário público malaio e que acumulava em 2014 uma dívida de 42.000 milhões de ringit (8.737 milhões de euros).

Uma investigação jornalística revelou em 2015 que cerca de 681 milhões de dólares do 1MDB (1Malaysia Development Berhard) foram desviados para contas bancárias pessoais do primeiro-ministro malaio, Najib Razak, que fundou o fundo em 2009.

Najib e 1MDB negaram ter cometido qualquer delito e uma investigação da procuradoria malaia exonerou o chefe de Governo em janeiro do ano passado na sequência do caso.

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