Prometidos 340 milhões de dólares de ajuda a rohingyas refugiados no Bangladesh

Os doadores internacionais prometeram 340 milhões de dólares de ajuda aos cerca de 900.000 muçulmanos rohingyas refugiados no Bangladesh após fuga da Birmânia de maioria budista, anunciou hoje a ONU no final de uma conferência internacional em Genebra.
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A "Conferência de Promessas para a Crise dos Refugiados Rohingyas", copatrocinada pela União Europeia e pelo Kuwait, definiu como objetivo recolher, até fevereiro de 2018, um total de 434 milhões de dólares, 100 milhões dos quais já foram entregues ou prometidos antes desta reunião.

Este dinheiro é necessário para socorrer 1,2 milhões de pessoas retidas no distrito de Cox's Bazar, no sul do Bangladesh: 300.000 habitantes locais e perto de 900.000 novos e antigos refugiados rohingyas.

"Tivemos uma tarde encorajadora: recebemos agora promessas de 340 milhões de dólares", disse o diretor do departamento de Assuntos Humanitários da ONU (OCHA), Mark Lowcock, em conferência de imprensa, acrescentando esperar mais promessas de contributos nos próximos dias.

Mas "as promessas são uma coisa [e a realidade é outra]. É verdadeiramente importante que elas se traduzam tão rapidamente quanto possível em contributos", sublinhou Lowcock, não excluindo a hipótese de convocar nova conferência de doadores em 2018.

Os rohingyas, a maior comunidade apátrida do mundo desde que as autoridades birmanesas lhes retiraram a nacionalidade, em 1982, são tratados como estrangeiros na Birmânia, um país onde mais de 90% da população é budista.

Vítimas de discriminação, os muçulmanos rohingyas não podem viajar ou casar sem autorização e não têm acesso nem ao mercado de trabalho nem aos serviços públicos, como escolas e hospitais.

Perante a violência do exército birmanês, muitos elementos desta minoria decidiram, sobretudo a partir de final de agosto, abandonar o norte do estado de Rakhine, no oeste da Birmânia, onde residiam, e refugiar-se no vizinho Bangladesh.

A ONU classificou a ofensiva militar birmanesa como "limpeza étnica" e acusou a Birmânia de ter causado a maior deslocação de refugiados na Ásia em décadas.

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