A posição da líder do PT foi transmitida aos jornalistas em Brasília, onde hoje o partido formalizou a candidatura encabeçada pelo ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso desde abril por corrupção, às eleições presidenciais de 07 de outubro, junto do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). ."Chegámos aqui apesar do golpe", disse Gleisi Hoffman, numa conferência de imprensa antes do registo da candidatura, em alusão à destituição, em 2016, da então Presidente Dilma Rousseff, um processo que descreveu como "o primeiro passo para tentar evitar" que Lula regresse ao Planalto..Junto ao tribunal, na capital brasileira, milhares de apoiantes concentraram-se para exigir a libertação de Lula da Silva, preso desde 07 de abril e condenado em segunda instância a 12 anos e um mês de cadeia, e que a sua candidatura seja aceite, apesar de a lei impedir que uma pessoa condenada em segunda instância concorra a um cargo eletivo..A candidatura de Lula foi inscrita pela coligação "O Povo Feliz de Novo", encabeçada pelo PT e que também integram os partidos Comunista do Brasil (PCdoB), Causa Operária (PCO) e Republicano da Ordem Social (PROS)..O candidato a vice-presidente, Fernando Haddad, garantiu que o PT insistirá para que Lula participe nos debates entre os candidatos, previstos até às eleições, ou que pelo menos seja representado por alguém, o que a justiça negou, devido à sua condição de presidiário..Haddad defendeu que Lula "tem os mesmos direitos que todos os candidatos" e "não renunciará a eles", pelo que o partido fará uma nova "ofensiva" junto dos tribunais. .No registo da candidatura, Lula da Silva declarou um património de 7,9 milhões de reais (1,78 milhões de euros), o que, segundo a revista brasileira Veja, significa um aumento de 385% do património do antigo chefe de Estado brasileiro, desde 2006, quando disputou a última eleição (Lula foi Presidente do Brasil entre 2003 e 2011)..O ex-Presidente continua preso numa cela adaptada na sede da Polícia Federal de Curitiba, a 1.500 quilómetros a sul de Brasília..De acordo com as últimas sondagens, Lula reúne 30% das intenções de voto e venceria qualquer dos seus possíveis adversários na segunda volta..Quando o seu nome é excluído, Jair Bolsonaro (extrema-direita) lidera as sondagens, com 17%, seguido da ecologista Marina Silva (13 %), o trabalhista Ciro Gomes (8 %) e o social-democrata Geraldo Alckmin (6 %), num cenário com metade dos eleitores indecisos.