Presidente da Câmara de Gaia defende retorno ao debate sobre a regionalização
"O retorno ao debate sobre a regionalização é um imperativo do desenvolvimento do país. O próprio processo de descentralização veio demonstrar isso mesmo. Se não houver regionalização, o poder central apenas terá vontade de largar pequenas tarefas de rotina, mantendo o poder de decisão e a concentração de recursos de todo o país", disse, em declarações à agência Lusa, Eduardo Vítor Rodrigues (PS).
Na terça-feira, um grupo de autarcas a Norte defendeu um novo referendo à regionalização feito a nível nacional, mas com contagem de votos "região a região", justificando aquele sistema com razões de "evolução de democracia" e de "inteligência do cidadão".
Em Vila Nova de Famalicão, no âmbito de uma conferência dedicada aos "Impactos da descentralização de competências para as Autarquias Locais", o independente Rui Moreira considerou que em Portugal "toda a gente quer descentralizar", mas que o país "está cada vez mais centralizado".
No mesmo momento, o autarca de Vila Nova de Famalicão, Paulo Cunha (PSD), defendeu a regionalização apontando razões de "aprofundamento e evolução" da democracia e o seu congénere de Vila Real, Rui Santos (PS), pediu "coragem" ao PS para colocar o assunto na ordem do dia numa próxima legislatura.
Questionado pela Lusa sobre esta matéria, o presidente da Câmara de Gaia, distrito do Porto, considerou que "os cidadãos estão hoje bem mais conhecedores dos impactos do crescente centralismo institucional e das consequências disso a vários níveis", enumerando o emprego, a atividade comercial e industrial, a coesão territorial, a burocracia, bem como a participação cidadã e a transparência, entre outros, razões pelas quais Eduardo Vítor Rodrigues diz acreditar "num resultado bem diferente em referendo".
"Esta não é, pois, uma discussão de políticos, mas um imperativo desenvolvimentista, já assumido por diversos interlocutores institucionais externos à política e de todos os pontos do país como empresas, universidades, delegações, entre outras. A questão não pode passar sem um novo referendo, como é natural, atendendo ao passado", concluiu.