Portugal financia em 500 mil euros construção de segundo centro de hemodiálise em Cabo Verde

Portugal vai financiar em cerca de 500 mil euros a construção do centro de hemodiálise do Hospital Batista de Sousa, na ilha cabo-verdiana de São Vicente, segundo um acordo hoje assinado na cidade da Praia.
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A montagem completa do centro (construção, equipamento e formação de técnicos), que servirá as ilhas cabo-verdianas do Barlavento (São Vicente, Santo Antão, São Nicolau, Sal e Boavista), está orçada em cerca de 1,8 milhões de euros.

Portugal comparticipa, através do Camões - Instituto para a Cooperação e da Língua, com 480 mil euros para a construção da infraestrutura, cuja primeira pedra deverá ser lançada em julho.

Portugal deverá ainda, ao abrigo da cooperação entre os ministérios da Saúde dos dois países, apoiar na formação dos técnicos que irão trabalhar no centro.

O acordo de cofinanciamento foi assinado entre os ministérios da Saúde e Segurança Social e Infraestruturas, Ordenamento do Território e Habitação, de Cabo Verde, e o Camões - Instituto da Cooperação e da Língua.

A nova infraestrutura pretende aliviar o centro de hemodialise do Hospital Agostinho Neto, na cidade da Praia, também construído com o apoio de Portugal e que, segundo o ministro da Saúde cabo-verdiano, Arlindo do Rosário, está a atingir o limite da sua capacidade.

O funcionamento do centro de hemodiálise da Praia representa um custo anual de 2,7 milhões de euros.

Pretende igualmente reduzir o número de doentes que têm de ser enviados para tratamento no estrangeiro, nomeadamente em Portugal, e acabar com as deslocações de pacientes dessas ilhas para a cidade da Praia.

De acordo com Arlindo do Rosário, dos 130 doentes atualmente a fazer tratamentos de hemodiálise na cidade da Praia, 40 por cento são provenientes das ilhas de São Vicente e Santo Antão.

"É um marco importante na história da cooperação técnica na área da saúde entre Portugal e Cabo Verde", disse Arlindo do Rosário.

Adiantou que o centro da cidade da Praia está com a "sua capacidade máxima utilizada" e que "urge encontrar soluções", num contexto em que surgem, em média, cinco novos doentes a precisar de hemodiálise por mês.

"O centro vai melhorar a capacidade de resposta e mitigar os custos sociais das evacuações de doentes", acrescentou, estimando que possa entrar em funcionamento até final de 2019.

Luís Faro Ramos, presidente do Camões, que participou na assinatura do protocolo, explicou que o cofinanciamento de Portugal irá "permitir arrancar com a construção do centro".

Para o presidente do Camões, o protocolo hoje assinado resulta "do empenhamento conjunto de Portugal e Cabo Verde [...] de dar aos cidadãos do Barlavento a possibilidade de se tratarem na sua área de residência".

"Esperamos que a construção da unidade possa ter lugar rapidamente e que o Hospital Batista de Sousa possa, em breve, ficar dotado de uma infraestrutura tão necessária para os doentes cabo-verdianos que sofrem de insuficiência renal crónica", acrescentou.

Portugal e Cabo Verde têm um programa plurianual de cooperação que inclui várias áreas, incluindo a saúde, educação, justiça e defesa.

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