A Orquestra Académica Metropolitana (OAM) é um dos corpos artísticos da Associação de Música, Educação e Cultura (AMEC-Metropolitana), e tem como base para a sua constituição todos os alunos da Academia Nacional Superior de Orquestra (ANSO), apresentando-se numa temporada autónoma e com a Orquestra Metropolitana de Lisboa (OML), à qual se junta nos concertos sinfónicos..Em entrevista à agência Lusa, o maestro Jean-Marc Burfin salientou "o objetivo pedagógico", assumido na sua criação, "mas um outro veio a revelar-se por si próprio, com o passar do tempo, que foi o lado artístico", apresentando-se em concerto..Para a ANSO, que "tem a especificidade de formar músicos para orquestra, e não solistas", uma orquestra é "fundamental para a formação"..A OAM "é uma orquestra de estudantes de nível superior, com orientações pedagógicas específicas, mas também tem essa 'promiscuidade', que permite, a qualquer altura, um estudante ir tocar à orquestra profissional [a OML], além de assistir aos ensaios [da OML] com os diferentes maestros"..O repertório da OAM liga-se à componente pedagógica, e daí incluir "aquelas obras que são as grandes referências da música erudita, os compositores essenciais, logo não é muito vanguardista na sua programação"..O curso de instrumentista de orquestra na ANSO tem a duração de três anos, durante os quais o músico deve ter um conhecimento musical desde o século XVIII, da síntese do Barroco ao classicismo de Joseph Haydn e Mozart ou à emergência do Romantismo, com Ludwig van Beethoven, até à denominada Segunda Escola de Viena, das primeiras décadas do século XX, com compositores como Arnold Schoenberg, Anton Webern e Alban Berg..Quando da sua criação, a ANSO evidenciou-se como "formadora de instrumentistas para a prática orquestral, pois o ensino da música, em Portugal, era muito vocacionado para a prática personalizada da música, o dito solista". Burfin sublinhou que esta possibilidade pedagógica "oferece a garantia de um futuro profissional".."Esta hipótese é mais prática e realista, permitindo uma maior estabilidade profissional", daí "a elevada taxa de empregabilidade dos alunos da ANSO, que ronda os 100%", qualificando como "residual" a taxa percentual de músicos que conseguem uma carreira como solistas..O maestro qualificou como "visionário" este projeto de conceber uma estrutura que, além de uma orquestra profissional, incluísse o ensino da música em ambiente de orquestra e uma orquestra constituída por alunos, que é um instrumento pedagógico..Atualmente, além da ANSO, a AMEC-Metropolitana integra um Conservatório de Música e a Escola Profissional. .Na ANSO estão matriculados 102 alunos, o universo em que assenta a OAM. Jean-Marc Burfin realçou que "da tradicional supremacia numérica de candidatos para instrumentos de sopro, assiste-se atualmente, a um equilíbrio com o naipe de cordas"..Esta supremacia de músicos de sopros -- tuba, trombeta, trompa, clarim --, em Portugal, é justificada sobretudo pelo ensino da música, maioritariamente, se iniciar em bandas filarmónicas..A ANSO inclui o curso de maestro, de onde, entre outros, sairam Joana Carneiro, Pedro Neves, Alberto Roque e José Brito. .Quanto a músicos, Jean-Marc Burfin citou Ana Teresa Pereira, atualmente concertino da OML, José Pereira (violino), Ana Valente (piano), Marco Pereira (violoncelo), entre outros..A ANSO funciona atualmente no edifício da AMEC, mas "precisa de mais espaço, pois o projeto cresceu mais que o edifício", construído de raiz para a fábrica Standart Elétrica, à Junqueira, em Lisboa, em frente ao rio Tejo.