Oposição no Camboja diz que eleições marcaram a morte da democracia no país

O Partido do Resgate Nacional do Camboja (PRNC), maior partido da oposição cambojana, ilegalizado em novembro, considerou hoje que as eleições legislativas de domingo marcaram a morte da democracia no país.
Publicado a
Atualizado a

O Partido Popular do Camboja (PPC), do primeiro-ministro, Hun Sen, há 33 anos no poder, reivindicou hoje uma "vitória esmagadora" no escrutínio e anunciou ter ganho "todos os assentos em todo o país", através do seu porta-voz, Sok Eysan.

Apesar de as legislativas terem sido disputadas por 20 partidos, nenhum tem a organização e a popularidade suficientes para representar um desafio ao partido no poder como o PRNC, ilegalizado em novembro por uma decisão judicial criticada pela ONU, União Europeia e Estados Unidos.

"Depois desta eleição fictícia, o que restava de uma democracia que o era só de nome foi substituído por uma ditadura completa", afirmou um grupo de antigos dirigentes do PRNC num comunicado divulgado em Jacarta, Indonésia.

O comunicado declara o governo de Hun Sen ilegítimo e adverte os "governos e empresas de todo o mundo de que os acordos, contratos e convénios assinados a partir de hoje pelo regime de facto do Camboja não terão validade legal e serão revistos pelo futuro governo democrático do Camboja".

Os dirigentes do PRNC admitem também a imposição de sanções internacionais ao Camboja na sequência das eleições.

Resultados preliminares divulgados pela Comissão Nacional de Eleições indicam que o partido de Hun Sen venceu com pelo menos 70% dos votos em cada uma das 25 províncias do país e deverá, de acordo com o sistema de representação proporcional, ocupar mais de 100 dos 125 lugares da Assembleia Nacional.

Antes das eleições, o PRNC apelou ao boicote, mas, segundo dados oficiais, cerca de 80% dos 6,8 milhões de eleitores votaram.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt