Operação militar em favelas do Rio de Janeiro dura 12 horas e faz dois mortos

Duas pessoas morreram e oito ficaram feridas numa operação da Polícia Militar, desencadeada na madrugada de hoje, no Complexo da Maré, no norte do Rio de Janeiro, que se prolongou por 12 horas, disse hoje fonte policial.
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As favelas visadas pela operação foram as da Nova Holanda e Parque União, pertencentes ao Complexo da Maré, e no terreno estiveram presentes o batalhão de operações especiais, o batalhão de choque e o batalhão de ações com cães.

Três pessoas foram ainda detidas e 300 quilos de drogas apreendidos, de acordo com o jornal Estadão.

Segundo a Polícia Militar, "o objetivo da ação é restabelecer a rotina dos moradores e prender os criminosos envolvidos na disputa do tráfico de drogas local".

De acordo com os moradores, o tiroteio entre polícias e traficantes começou por volta das 01:30 locais (23:30 em Lisboa), tendo ocorrido, duas horas mais tarde, protestos na Avenida Brasil, o principal eixo de articulação da cidade do Rio de Janeiro, obrigando ao corte das estradas que faziam a ligação à zona oeste da cidade.

Nas duas favelas da Maré foram apreendidas várias armas.

O recém-eleito governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, afirmou esta quinta-feira que a medida correta para combater a criminalidade é matar os "bandidos que estejam de arma".

"O correto é matar o bandido que está de fuzil. A polícia vai fazer o correto: vai mirar na cabecinha e... fogo! Para não ter erro", afirmou à imprensa brasileira o governador eleito, que é também ex-juiz federal.

Com um discurso apoiado no combate à corrupção e ao tráfico de drogas, além da promessa de promover o desenvolvimento económico, Wilson Witzel, do Partido Social Cristão (PSC), reafirmou que os polícias que matarem os criminosos portadores de arma não devem ser responsabilizados "em hipótese alguma".

Segundo Witzel, a autorização para o "abate", caso seja oficializada, não aumentará as mortes no estado do Rio de Janeiro, mas reduzirá o número "de bandidos de fuzil em circulação".

O Rio de Janeiro é um dos estados brasileiros com maior índice de mortes por criminalidade, com cerca de 500 registadas por mês, ou 16 assassinatos por dia, segundo a revista brasileira "Isto é".

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