Município de Ovar cria rede de parceiros para desenvolver turismo náutico
Contando com cerca de 30 entidades, a estrutura visa a constituição de uma "Estação Náutica", que é a expressão técnica para a parceria entre um conjunto de agentes locais com intervenção no usufruto de determinada porção de costa marítima, entre os quais companhias de navegação, hotéis e restaurantes, escolas de surf, operadores de desportos aquáticos, etc.
Salvador Malheiro, presidente da Câmara, explicou à Lusa que "a ideia é reunir todos os que tenham interesse em captar mais público para atividades náuticas em Ovar e definir uma estratégia comum que ajude a apresentar o território como um destino turístico, não só perfeitamente vocacionado para esse tipo de atividades como também complementado por uma oferta paralela rica e variada em áreas como natureza, património arquitetónico e religioso, azulejo e gastronomia".
A formalização da rede envolve um processo de certificação que, embora solicitado maioritariamente para destinos da orla costeira, também prevê que possam ser classificadas como "estações náuticas" localizações com planos de água estáveis, nomeadamente rios, lagos e albufeiras de barragens.
"No caso de Ovar, temos a vantagem de contar com o mar Atlântico, com a barrinha de Esmoriz, com o rio Cáster e com várias massas de água integradas na ria de Aveiro, o que representa uma grande diversidade de opções para diferentes tipos de utilizadores", realçou Salvador Malheiro.
O autarca pretende, aliás, "valorizar o trabalho que se vem desenvolvendo em Ovar há muito tempo, mas que ainda passa algo despercebido aos operadores turísticos de outras regiões do país e também no estrangeiro, como é o caso da prática de vela, canoagem, surf e 'stand-up paddle', dos percursos de barco e da própria carpintaria naval".
Associando essa oferta aos espaços museológicos do concelho, à sua programação cultural e à atividade de outros parceiros públicos, privados e associativos, a Estação Náutica de Ovar quer assim estimular o crescimento das atividades marítimo-turísticas no território, atrair novos públicos e facilitar o combate à sazonalidade, aumentando o tempo de permanência no município.
"Para o visitante, a vantagem é que, estando a rede certificada, ele tem garantida a qualidade do produto turístico e dos serviços prestados, bem como apoio adequado ao nível de informação e reservas", disse Salvador Malheiro.
A estrutura contará com um Conselho da Estação Náutica, ao qual caberá, entre outras medidas, organizar a oferta integrada de Ovar, identificar os pontos de aluguer para a náutica ligeira, assinalar os locais de venda de equipamento para essa prática e promover o calendário de eventos náuticos do concelho.
A rede deverá ficar concluída em junho, sendo que a sua atividade será depois financiada por todos os parceiros envolvidos. "Nesta fase, contudo, o investimento ainda é residual", referiu o presidente da autarquia.
O acompanhamento, análise e avaliação dos processos de candidatura à certificação como Estação Náutica de Portugal é da responsabilidade da Fórum Oceano - Associação da Economia do Mar e envolve uma comissão de avaliação composta por entidades da administração pública central e local, operadores marítimo-turísticos e outras organizações representativas do setor.
Segundo a própria organização, a Fórum Oceano é uma pessoa coletiva de utilidade pública, de direito privado e sem fins lucrativos, que tem por finalidade promover o desenvolvimento da economia do Mar. Resulta da fusão, em 2015, da Oceano XXI - Associação para o Conhecimento e Economia do Mar com a AFEM - Associação Fórum Empresarial da Economia do Mar.