Mini-veleiros com mensagens trabalhados por alunos foram lançados ao mar na Madeira
"É uma versão moderna da 'mensagem numa garrafa', em que pequenos veleiros são trabalhados nas escolas e lançados ao mar com mensagens, o que permite aos alunos do 1.º ciclo do Ensino Básico uma aprendizagem sobre várias disciplinas ligadas ao mar e, por outro lado, proporciona uma relação com pessoas de outras culturas e áreas geográficas", disse à agência Lusa a diretora da Estação de Biologia Marinha do Funchal, Mafalda Freitas.
Os três mini-veleiros - o "West", o "Nada" e o "Crimson Voyager" - medem um metro e meio de comprimento e dispõem de um equipamento de GPS e um transmissor por satélite, o que permite o seu acompanhamento diário, à medida que os ventos e as correntes os vão arrastando.
"É a terceira vez que se fazem largadas na Madeira, pois verificou-se que os mares da ilha proporcionam melhores condições do que no continente para o início da navegação destes veleiros", explicou Mafalda Freitas.
O projeto "Leva Portugal ao Mundo" é coordenado pela Direção-Geral de Política do Mar em parceria com o Instituto Superior Técnico (centro de investigação ISR-Lisboa), mas conta também com o apoio da Estação de Biologia Marinha do Funchal (polo do Observatório Oceânico da Madeira), da Marinha Portuguesa e do Clube Naval do Funchal.
Os mini-veleiros foram transportados para o largo a bordo do navio patrulha NRP Tejo, onde também estavam 16 alunos da Escola Bartolomeu Perestrelo, que, em janeiro deste ano, trabalharam um destes barquinhos, que depois foi recolhido em agosto na Nicarágua, onde está agora na posse de uma escola local, para a seguir voltar novamente ao mar.
"É incrível como estes pequenos veleiros conseguem sobreviver às intempéries do Atlântico e ao cruzamento com os navios de grande porte, acabando por dar à costa intactos", salientou Mafalda Freitas, lembrando que um dos que hoje foram lançados - o "West" - já atravessou três vezes o oceano, depois de ter sido lançando pela primeira vez em 2013 no Maine, Estados Unidos. Foi recuperado pela última vez na Escócia, em agosto deste ano.
O "Nada", por outro lado, foi trabalhado na Escola Anselmo de Andrade, em Almada, e lançado pela primeira vez partir da Madeira em janeiro de 2017. Ficou no Atlântico apenas um mês, dando à costa na praia de Esposende.
Já o "Crimson Voyager" foi lançado por alunos de New Jersey, Estados Unidos, no Natal de 2015. Atravessou o Atlântico e, em abril de 2016, foi resgatado em Cádiz (Espanha) e entregue aos alunos da Escola Reyes Catolicos que o trabalharam ao longo do ano.