UNESCO diz que recuperação do Museu Nacional do Rio de Janeirol pode demorar 10 anos

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) estimou hoje que a recuperação do Museu Nacional do Rio de Janeiro, Brasil, que perdeu grande parte do acervo num incêndio, pode demorar dez anos.
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"É um trabalho de muitos anos. Atualmente, não há uma solução mágica para reconstruir o museu em poucos meses. Temos um longo trabalho de identificação dos escombros, muitos dos quais são fragmentos de artigos do museu", disse a representante da UNESCO no Brasil, Marlova Jovchelovitch Noletov, em conferência de imprensa.

De acordo com a representante, este será um trabalho de reabilitação gradual a ser realizado em várias etapas, porque é preciso ter em conta também "a reconstrução do próprio edifício histórico, que também leva tempo".

Marlova Jovchelovitch Noletov considerou que, à medida que o trabalho avança, o museu poderá abrir as suas portas ao público gradualmente e por etapas.

Na conferência de imprensa, a representante da UNESCO no Brasil fez-se acompanhar dos membros da missão de emergência da organização, liderada pela italiana Cristina Menegazzi, que disse que o acervo pode ser recuperado com doações de outros museus e o uso de tecnologias avançadas, como impressões 3D.

O Museu Nacional do Rio de Janeiro perdeu praticamente todo o seu património histórico, científico e cultural depois de ter sido consumido pelas chamas há pouco mais de duas semanas.

O Museu Nacional foi fundado pelo rei D. João VI, de Portugal, e era o mais antigo e um dos mais importantes museus do Brasil.

Entre as peças do acervo estavam a coleção egípcia, que começou a ser adquirida pelo imperador Pedro I, e o mais antigo fóssil humano encontrado no país, batizado de "Luzia", com cerca de 11.000 anos.

Entre os milhões de peças que retratavam os 200 anos de história brasileira estavam igualmente um diário da imperatriz Leopoldina e um trono do Reino de Daomé, dado em 1811 ao príncipe regente português João VI.

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