Sri Lanka decreta estado de emergência após tumultos anti-muçulmanos

O Sri Lanka decretou hoje um estado de emergência de 10 dias em todo o país, após tumultos contra a minoria muçulmana e violências intercomunitárias terem causado pelo menos dois mortos, anunciou o ministro da Planificação Urbana.
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"O conselho de ministros aprovou medidas fortes, incluindo um estado de emergência nacional de 10 dias", declarou Rauf Hakeem.

Esta medida, que não era utilizada há sete anos, coincide com a imposição na segunda-feira do recolher obrigatório na região turística de Kandy (centro) após a descoberta do corpo de um muçulmano nos escombros de um edifício ardido.

O governo destacou hoje forças policiais fortemente armadas para aquela região, palco de violências desde o fim de semana, depois de na semana passada um cingalês budista ter sido alegadamente morto por um grupo de muçulmanos.

Na segunda-feira, bandos de budistas correram Kandy, incendiando pelo menos 11 lojas ou casas de muçulmanos.

Segundo as autoridades locais, foram detidos cerca de 30 suspeitos e foi aberto um inquérito sobre o comportamento da polícia.

Os cingaleses, maioritariamente budistas, constituem três quartos dos 21 milhões de habitantes da ilha, enquanto os muçulmanos representam cerca de 10% e os tamil, na maioria hindus, à volta de 18%.

Nos últimos anos, as tensões entre budistas e muçulmanos têm aumentado à medida que foram crescendo as organizações budistas extremistas.

O Sri Lanka esteve sob estado de emergência durante quase três décadas antes da proclamação pelo governo em 2009 da sua vitória militar contra a rebelião tamil.

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