Novo comité executivo vai acompanhar obras do Museu da Resistência em Peniche

O Governo decidiu criar um comité executivo para acompanhar as obras do futuro Museu Nacional da Resistência e da Liberdade, na Fortaleza de Peniche, de acordo com um despacho publicado hoje em Diário da República.
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"É necessário criar um núcleo ágil de decisão que possa, com a celeridade adequada, ir tomando decisões sobre as matérias que digam respeito à museologia e à museografia, envolvendo todos os interlocutores", justifica o despacho assinado pelo agora ex-ministro da Cultura Luís Filipe Castro Mendes.

O comité "tem por missão" acompanhar a última fase da obra de criação do Museu Nacional da Resistência e Liberdade, a instalação dos conteúdos propostos, a museografia do espaço, em articulação com o projeto de arquitetura do museu.

Presidido pela diretora-geral do Património Cultural, Paula Silva, o comité é ainda composto pelos ex-presos políticos Domingos Abrantes e Fernando Rosas, pelo historiador José Pacheco Pereira, pelos investigadores e museólogos Fernando Batista Pereira e Teresa Albino, pelo diretor-geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas, Silvestre Lacerda, e pelo arquiteto do projeto João Barros Matos.

Domingos Abrantes, Fernando Rosas e José Pacheco Pereira transitam da Comissão de Instalação dos Conteúdos e da Apresentação Museológica (CICAM) para o futuro Museu Nacional da Resistência e da Liberdade.

O investimento na recuperação da fortaleza e respetiva muralha e na instalação do museu está estimado em 3,5 milhões de euros, dos quais três milhões são financiados por fundos comunitários e os restantes pelo Orçamento do Estado.

Em abril de 2017, o Governo aprovou em Conselho de Ministros um plano de recuperação da Fortaleza de Peniche, que em setembro de 2016 foi integrada na lista de monumentos históricos a concessionar a privados, no âmbito do programa Revive, mas passados dois meses foi daí retirada, pela polémica suscitada.

Em abril de 2017, a Assembleia da República defendeu em plenário, da esquerda à direita, a requalificação e a preservação da sua memória histórica enquanto ex-prisão política da ditadura.

A fortaleza, classificada como Monumento Nacional desde 1938, foi uma das prisões do Estado Novo de onde se conseguiu evadir, entre outros, o histórico secretário-geral do PCP Álvaro Cunhal, em 1960, protagonizando um dos episódios mais marcantes do combate ao Estado Novo.

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