Mobiliário de escolas desativadas em Espinho vai ser doado à Guiné-Bissau

O mobiliário que equipava escolas de Espinho, antes de essas serem substituídas por centros escolares, vai ser doado a estabelecimentos de ensino da Guiné-Bissau, revelou hoje a autarquia portuguesa, que confiou a logística da operação à paróquia local.
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"A Câmara Municipal de Espinho considera de grande utilidade social e humana colaborar com a Fábrica da Igreja Paroquial de Nossa Senhora da Ajuda na doação de 556 mesas e 1.024 cadeiras sem valor patrimonial e contabilístico para o município", revela fonte da autarquia.

O mobiliário que foi substituído nas obras de remodelação do parque escolar de Espinho vai assim "ser doado a escolas do 1.º e 2º. ciclos de Buba", uma região da Guiné-Bissau com cerca de 745 quilómetros quadrados e 8.500 habitantes.

"Trata-se de uma grande quantidade de mobiliário armazenado em instalações da Câmara de Espinho e proveniente das antigas escolas do município, atualmente encerradas e substituídas pelos novos centros escolares", explica a autarquia.

O envio para a Guiné visa "contribuir para o desenvolvimento da escolarização das crianças e do povo guineense", já que "o mobiliário escolar é dos equipamentos mais caros e difíceis de encontrar nesse país africano".

O transporte e a entrega desse material estarão a cargo da Paróquia de Espinho, através da missão humanitária "A Casa Fiz do Mundo", que nasceu em 2007 em São Tomé e Príncipe, por iniciativa de um grupo de colaboradores da Comunidade Católica de Carregosa, em colaboração com as Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição, e em 2017 foi alargado à Guiné-Bissau.

Esse trabalho tem sido acompanhado pelo padre Artur Pinto, que, enquanto responsável pela paróquia espinhense, declarou à Lusa que o transporte do referido mobiliário será feito com recurso a um contentor marítimo, cujo pagamento "já está assegurado, graças a contributos dos paroquianos e a donativos angariados por jovens locais nas festas da Nossa Senhora da Ajuda".

Em Buba, onde as Irmãs Franciscanas Hospitaleiras começaram por se ocupar de um jardim-de-infância, a nova escola do 1.º ao 6.º ano de escolaridade começou a ser construída em 2017 e "já está quase pronta", faltando-lhe apenas alguns acabamentos.

Depois de equipada com o mobiliário de Espinho, terá condições para acolher 300 a 400 crianças, em turmas que, "ao contrário do que acontece em Portugal, poderão ter 50 ou 60 alunos" por sala.

Para Artur Pinto, o que fica agora a faltar é "sobretudo formação para os professores", já que, em vez de recorrer a profissionais estrangeiros, a missão prefere "capacitar os próprios docentes guineenses".

Segundo dados disponibilizados por fonte da 'Casa Fiz do Mundo', na Guiné essa organização funciona com recurso a duas estruturas: "a primeira na cidade de Antula, onde [as Irmãs] se ocupam da gestão do jardim-de-infância, e a segunda em Buba, dando apoio ao hospital local ao nível dos cuidados de saúde e gerindo o jardim-de-infância Casa Wilma".

O trabalho dos voluntários ligados a essa missão abrange "assistência médica e apoio ao nível da enfermagem, formação de educadores de infância e professores do ensino básico" e também capacitação em áreas como primeiros-socorros, higiene pessoal e ambiental, informática, procedimentos laboratoriais e artes plásticas.

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