Jorge Vaz de Carvalho abre este mês o ciclo de poesia no Museu da Música
Esta sexta edição do ciclo "Poesia no Museu" é organizada por Helena Miranda e por Tomás Castro, tem previsto nove sessões, começando sempre às 19:00, com entrada gratuita.
Além de Jorge de Sena (1919-1978), ao longo deste ano serão abordadas as obras poéticas de Luís de Camões, Fernando Pessoa, Hilda Hilst e do poeta latino Juvenal, que viveu entre os séculos I e II, autor de "Sátiras", por conferencistas como Miguel Tamen, António Feijó, Frei Bento Domingues ou Jorge Vaz de Carvalho.
A primeira sessão, no dia 31, é conduzida por Jorge Vaz de Carvalho, que falará sobre Jorge de Sena, mais precisamente sobre o livro de poesia "Arte de Música" (1968).
Mestre em Literaturas Comparadas e doutorado em Estudos de Cultura, Vaz de Carvalho estreou-se como cantor lírico em 1984, no Teatro Nacional de São Carlos, em Lisboa, e é autor de uma obra sobre Jorge de Sena, "Sinais de Fogo como romance de formação", que lhe valeu o Prémio P.E.N. Clube de Ensaio, em 2011. Como poeta, Vaz de Carvalho publicou em 1992 "A Lenta Rendição da Luz". Atualmente é professor na Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa.
Frei Bento Domingues é o conferencista da segunda sessão, no dia 28 de fevereiro, sobre um "tema a anunciar". Frade da Ordem dos Pregadores (Dominicanos), Bento Domingues é autor de várias obras, entre as quais "O Bom Humor de Deus e Outras Histórias" (2015).
Março é o mês para se falar de dois poetas brasileiros: Carlos Drummond de Andrade e Hilda Hilst, que a Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP), no Brasil, vai homenagear, em julho.
Hilda Hilst (1930-2004) é a poetisa-tema da conferência do dia 07, por Gustavo Rubim, professor do Departamento de Estudos Portugueses da Universidade Nova de Lisboa.
Hilda Hilst é autora de cerca de 30 obras de poesia, além de ter escrito ficção e teatro, títulos que, desde 2001, têm vindo a ser reeditados pela editora brasileira Globo, depois de terem esgotado.
No dia 21 de março, Dia Mundial da Poesia, Alva Martínez Teixeiro, professora de Literatura e Cultura Brasileira na Universidade de Lisboa, doutorada em Literatura Brasileira pela universidade espanhola da Corunha, aborda a obra de Drummond de Andrade (1902-1987), poeta que faz parte da segunda geração do movimento literário modernista brasileiro.
Luís de Camões, autor de vasta obra lírica, que foi interpretada por nomes como Amália Rodrigues, José Mário Branco ou José Afonso, protagoniza a conferência do dia 11 de abril, por João Figueiredo, professor da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, especialista no autor d'"Os Lusíadas", sobre o qual escreveu a tese de doutoramento.
No dia 02 de maio, José Carlos Araújo, que concluiu um mestrado em Literatura Latina com uma tese sobre as Epístolas de Plínio, no ano passado, aborda a obra "Sátiras", de Juvenal. No ano passado, no âmbito deste ciclo, o investigador falou sobre a obra do poeta latino Plínio, o jovem, que terá morrido no ano 113.
Outro regresso a este ciclo, também em maio, é o do vice-reitor da Universidade de Lisboa, António Feijó, que, no dia 16, vai falar sobre Fernando Pessoa.
Ainda em maio, no dia 30, Maria Sequeira Mendes, professora na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, que lecionou no curso de Teatro da Escola Superior de Teatro e Cinema, na capital, vai falar sobre a poetisa norte-americana Harryette Mullen, de 64 anos, professora na Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos.
Sequeira Mendes é investigadora na Universidade Católica Portuguesa, e membro correspondente do Centre for Mediaeval and Early Modern Law and Literature, da Universidade de St. Andrews, na Escócia,
Miguel Tamen, professor visitante na Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, e autor, com António Feijó, da obra "Universidade Como Deve Ser", encerra este ciclo, no dia 27 de junho, com um poeta a anunciar.
"Cada sessão consiste numa conferência, com aproximadamente uma hora de duração, sobre um tema ou um autor, não excessivamente académica, e com espaço para a leitura de poemas", disse à agência Lusa Helena Miranda, do Museu da Música.
"O curioso é que as pessoas têm aderido bastante e o ciclo tem naturalmente continuado e crescido. As sessões têm estado cheias", referiu a responsável.