Incêndios: Bombeiros do Porto preocupados com a falta de equipamento de proteção
"O problema, ao nível do distrito do Porto, toma proporções alarmantes porque dos cerca de 350 novos(as) bombeiros(as) que passaram a integrar o Quadro Ativo no ano de 2018, não vão, na sua grande maioria, participar no DECIR por falta de equipamentos de proteção individual", avisa o presidente da direção da FDBP, José Miranda, em comunicado.
O responsável esclarece que a "enorme preocupação" foi transmitida "de viva voz" na última reunião dos centros de coordenação operacional distrital" e diz esperar que o novo "alerta" faça "sentir ao poder central e autárquico que é imperioso tomar medidas urgentes para minimizar este problema".
"Várias associações/corpos de bombeiros do distrito têm-nos feito chegar a sua grande preocupação pela falta de equipamentos de proteção individual de combate aos Fogos Rurais", observa a FDBP.
Para aquela entidade, esta situação "vai, por certo, criar constrangimentos significativos na disponibilidade de meios humanos para integrarem as equipas adstritas ao DECIR 2018".
A FDBP nota que há ainda "a considerar que, ao nível dos equipamentos existentes, um por elemento, nunca foi feita reposição dos que foram desgastando e deteriorado".
"As associações, na sua quase totalidade, não têm capacidade económica para fazer face à aquisição de tais equipamentos", destaca a José Miranda.
Segundo o responsável, as "constantes debilidades financeiras" das associações "foram e estão a ser profundamente agravadas".
"Referimo-nos ao aumento do Ordenado Mínimo Nacional em três anos consecutivos e à cavalgada desenfreada dos aumentos semanais dos combustíveis, razões bastante para prever dias muito difíceis com consequências imprevisíveis no desempenho da missão", explica.
A FDBP assinala ainda que "as alterações à lei do financiamento não foram significativas e pouco ou nada amenizaram o agravamento desenfreado das despesas".
A par disso, "as receitas oriundas da contratualização com o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e da prestação de serviços ao Ministério da Saúde não são revistos nem atualizados há alguns anos".