Concelhias do PS de Bragança manifestam apoio a presidente da federação
O presidente da maior concelhia, André Novo, demitiu-se a 17 de janeiro, a meio do mandato, alegando estar em desacordo com "as opções políticas" do presidente da federação distrital, Jorge Gomes, a quem acusa de "falta de influência política e de voz" junto do Governo.
Estas acusações são consideradas "injustas e infundadas" pelas presidentes das concelhias de Carrazeda de Ansiães, Freixo de Espada à Cinta, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro, Mogadouro, Torre de Moncorvo, Vila Flor, Vimioso e Vinhais. O documento com a posição conjunta não é subscrito pelas concelhias de Bragança, Mirandela e Alfândega da Fé.
As nove concelhias assinalam "a permanente disponibilidade e empenho por parte do presidente da federação distrital do PS, sempre que solicitado pelas bases, no envolvimento em todas as questões locais e regionais, bem como no estabelecimento de pontes com o governo para a resolução de problemas e preocupações das concelhias".
Destacam "o trabalho contínuo que tem vindo a ser desenvolvido entre a federação e as estruturas concelhias na prossecução do crescimento do partido no distrito" e louvam "a forma determinada" como Jorge Gomes, que é também deputado, "tem defendido os interesses dos concelhos e da região junto do governo central".
Os subscritores vincam a "vontade e motivação para continuar o trabalho conjunto em prol do desenvolvimento" dos respetivos concelhos e da região e afirmam o "empenho nos próximos momentos eleitorais, nomeadamente as eleições europeias e legislativas que irão ter lugar no presente ano".
Os presidentes das nove concelhias afirmam "de forma inequívoca e incondicional, o seu apoio e confiança politica ao presidente da federação distrital e deputado do Partido Socialista pelo distrito de Bragança, Jorge Gomes".
O presidente da concelhia de Bragança, André Novo, pediu a demissão a 17 de janeiro e ainda não está definido se vai haver eleições intercalares ou se outro membro da concelhia assume o lugar.
Junto com o presidente, demitiram-se também os membros do secretariado.
André Novo afirmou que não irá recandidatar-se "enquanto não houver alteração na liderança da distrital", concretizando que discorda "das opções políticas e só políticas" de Jorge Gomes.
"Em várias reuniões, o presidente da federação diz que tem linha direta para o primeiro-ministro e influência política, mas depois acontecem coisas como, por exemplo, o plano de investimentos nacional [sem investimentos para a região] e diz que não foi bem conseguido", declarou, aquando da demissão.
O presidente da federação, Jorge Gomes, reagiu "com alguma surpresa" a esta decisão, que entendeu ser "a vida de um partido", e escusou-se a comentar "as considerações" que fez André Novo, afirmando que "para quem pensa que tem peso, peso tem o povo e, neste caso, é o PS que está em causa e em primeiro lugar".
Lusa