Vai ser sob o título "Desconcerto" que o espetáculo vai reunir os quatro artistas nos dias 10 e 11 de abril, no TivoliBBVA, em Lisboa, e nos dias 16, 17 e 18, também de abril, no Teatro Sá da Bandeira, no Porto.."Gosto de fazer improvisação musical, e tive a ideia de juntar amigos meus, que são músicos incríveis, a fazer um concerto, mas absolutamente improvisado, a partir de histórias e vidas dos espetadores", disse à Lusa César Mourão, realçando que "é a primeira vez que se faz um concerto deste género", elogiando "a coragem" dos amigos músicos em "virem 'a nu' fazer um concerto, sem nada planeado"..O mote de cada canção, que será composta no mesmo momento, é dado pela plateia, como explicou César Mourão: "Eu vou à plateia, falo com uma senhora, por exemplo, a quem pergunto se posso ver a mala, e depois digo o que lá encontro -- 'baton', óculos de sol, um papel do multibanco, chaves -- e vou conversando com a senhora, ao mesmo tempo, que um dos músicos em palco está a compor uma canção, que vamos cantar em seguida todos juntos".."Este é um exemplo, mas outras coisas acontecerão", disse César Mourão, que se referiu a cada canção composta de improviso, como "um 'single' da vida de um dos espetadores"..O ator reconheceu que é "um espetáculo muito arriscado", talvez, como disse à Lusa, mais arriscado para António Zambujo, Miguel Araújo e Luísa Sobral, que são músicos, do que para si, que não tem responsabilidade musical..César Mourão referiu-se ao espetáculo como "um desafio" e qualificou-o como "um trapézio sem rede"..Referindo-se ao público, afirmou que "está mais inteligente e entra no jogo connosco, sentindo esse risco"..O projeto foi idealizado numas férias no Algarve, e chega em abril a palco, havendo a possibilidade de, além de Lisboa e Porto, vir a acontecer noutras cidades. "Mas exige uma gestão de agenda de todos, o que é complicado".