Câmara e Santa Casa de São João da Madeira gerem casa de transição para sem-abrigo
Na prática, as duas instituições querem garantir condições para que três a quatro cidadãos que vêm vivendo na rua possam testar uma vivência em condições de habitabilidade ditas normais antes de transitarem em definitivo para uma morada própria.
Para isso, a Câmara disponibilizou em regime de comodato um T4 que a Santa Casa irá agora afetar a cidadãos sem-abrigo já em processo de autonomização, mediante um acompanhamento que prevê monitorização frequente e tem em vista a reintegração social e profissional dos abrangidos pelo programa.
Jorge Vultos Sequeira, presidente da autarquia, diz-se "muito orgulhoso" da parceria estabelecida entre a Câmara e a Misericórdia, e realça que, embora essa colaboração já antes se visse "refletida noutros projetos", regista agora nova evolução.
"Trata-se de uma nova resposta social no nosso concelho e vem contribuir para a importante missão de proteger a dignidade da pessoa humana", defende o autarca.
O provedor da Santa Casa de São João da Madeira, José António Pais Vieira, concorda com essa perspetiva: "Temos sentido muito empenho por parte da edilidade nas parcerias com a Misericórdia e o nosso objetivo é ajudar a comunidade".
O apartamento que a Câmara cedeu à Santa Casa integra o parque da empresa municipal Habitar São João, que gere cerca de 600 fogos no concelho, quase todos afetos a habitação social.
Além dessa vocação principal, a mesma empresa municipal também assegura residência a refugiados, reservando dois apartamentos para o acolhimento de famílias sírias, e dá resposta a situações de emergência social, assegurando um apartamento para morada temporária de vítimas de violência doméstica, incêndios ou catástrofes naturais.
A autonomização de cidadãos sem-abrigo - comunidade que, segundo fonte da autarquia, em São João da Madeira é algo volátil e não ultrapassará as 10 pessoas em simultâneo - passa assim a constituir a quarta vertente de atividade da Habitar São João.