Cabo Verde quer colocar livro no centro de toda a política cultural

O ministro da Cultura e das Indústrias Criativas de Cabo Verde, Abraão Vicente, disse hoje que o livro vai ser colocado no "centro de toda a política cultural" do país, como forma também de formar as próximas gerações.
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"Este é um início da nossa ideia de colocar o livro no centro de toda a política cultural de Cabo Verde. O livro não é um objeto de luxo, é um objeto essencial e nós, como Ministério e como Governo, abordamos a política do livro e da cultura como bens essenciais", afirmou o ministro.

Abraão Vicente falava na abertura da feira do livro enquadrado no programa da primeira edição do Morabeza - Festa do Livro, festival literário que, até domingo, reúne cerca de 40 autores na cidade da Praia.

Além da feira, com cerca de mil títulos, 600 deles da Biblioteca Nacional, Abraão Vicente indicou que outro passo foi dado na terça-feira, com a entrega de um conjunto de 100 livros de autores de língua portuguesa às 22 câmaras municipais, para colmatar a falta de bibliotecas escolares e municipais e incentivar a leitura nas crianças e jovens.

"O nosso objetivo é tornar o livro acessível ao comum dos cabo-verdianos e fazer com que o debate intelectual acerca do livro seja feito por todos", perspetivou.

O governante afirmou que a ideia é aproveitar o "espólio muito antigo" da Biblioteca Nacional para, a partir de agora, realizar pequenas feiras mensais, para colecionadores de obras antigas, mas também fazer negociação com editoras internacionais para enviar obras novas ao país.

O ministro disse que mais do que um encontro para intelectuais, a Morabeza é um encontro que visa "democratizar o livro e a leitura", fazer com que pessoas tenham acesso tanto para consulta como para compra, "mas tem de ser a um preço acessível".

"O grande problema que se coloca agora é fazer com que os livros cheguem a preços razoáveis a todos os cabo-verdianos, mas vamos tentar sempre fazer essa junção entre os livros que já temos em 'stock' e o livro que pode vir das várias editoras estrangeiras", mostrou.

Outra ideia avançada por Abraão Vicente é fazer feiras de livros não traduzidos, em negociação com os países, já que "há gente que lê livros em inglês e francês em Cabo Verde", fazendo com que seja uma forma de "promover a multiplicidade de línguas".

Abraão Vicente anunciou também incentivos à publicação de livros, com destaque para os infanto-juvenis, na ideia de formar as próximas gerações.

Também adiantou que a Biblioteca vai reativar a sua política de reedição dos clássicos da literatura cabo-verdiana, como aconteceu com as obras de Eugénio Tavares, em três volumes, bem como de inéditos de autores consagrados e de novos autores para sua publicação.

Com uma programação que se estende às escolas, com espetáculos musicais e debates, o festival é uma organização do Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas e da Biblioteca Nacional de Cabo Verde.

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