Incubadora de empresas Startup Angra, nos Açores, acolhe 30 projetos
"Estamos com cerca de 30 projetos, alguns deles com empresa criada, mas a maior parte ainda em fase de desenvolvimento da ideia de negócio", adiantou à agência Lusa Guido Teles, vereador da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, que gere a StartUp Angra.
Instalada na antiga Casa do Capitão Donatário, junto ao futuro Centro Interpretativo de Angra do Heroísmo, a incubadora de empresas ganhou um espaço físico em julho, mas só esta semana foi publicado em Jornal Oficial o seu regulamento e os cerca de 30 projetos já ligados à StartUp Angra terão de apresentar também a sua candidatura.
"Com a aprovação do regulamento da incubadora e com a sua publicação agora, o que nós pretendemos no fundo é fazer um ponto de situação do que foi desenvolvido até agora e formalizar as regras de funcionamento e as regras de acesso, bem como os preços praticados, que serão aprovados em reunião de câmara", adiantou Guido Teles.
Segundo o vereador, os valores cobrados ficarão "um pouco abaixo daquilo que é praticado em grande parte das incubadoras no país", tendo em conta as especificidades da região.
A StartUp Angra arrancou com 13 projetos, oito dos quais provenientes do programa Ideia Jovem Invest, desenvolvido em parceria com o Governo Regional e destinado a jovens em situação de desemprego de longo prazo.
"Tentámos, através desse tipo de serviços, atrair pessoas que tinham algumas ideias de negócios interessantes, mas que nunca tinha avançado, porque não tinham as condições ideais para esse arranque", disse Guido Teles, realçando que, para além do apoio no acesso a financiamento, a incubadora presta consultadoria jurídica e económica, através de uma parceria com a Câmara de Comércio de Angra do Heroísmo.
Atualmente, a incubadora tem os quatro gabinetes individuais preenchidos e algumas vagas disponíveis entre os 12 espaços de dois metros quadrados que compõem a sala comum.
No entanto, para o vereador da autarquia de Angra do Heroísmo a falta de espaço não é uma preocupação, já que o parque de ciência e tecnologia do concelho, construído pelo Governo Regional, deverá estar pronto "no primeiro trimestre de 2018".
"Caso haja um aumento de procura por parte das empresas, existirá em poucos meses um novo espaço com mais postos disponíveis onde se poderão instalar", salientou.
Segundo Guido Teles, as duas infraestruturas estarão ligadas e a incubadora, como iniciou atividade mais cedo, deverá alimentar numa fase inicial o parque com alguns projetos.
Quando o espaço físico foi inaugurado, a StartUp Angra contava com 50 projetos de incubação física e virtual, a maior parte em fase de pré-incubação, ainda em preparação da ideia de negócio, mas cerca de uma dezena já tinha a empresa constituída.
Nem todos os projetos tiveram continuidade, mas dos cerca de 30 que se mantêm, sobretudo nas áreas do turismo, da indústria e das novas tecnologias, Guido Teles acredita que há "projetos interessantes", capazes de evoluir.
"Eu considero que qualquer concelho neste momento necessita deste tipo de facilitadores para o arranque dos negócios. O que se verifica em vários países -- e Portugal é um dos principais exemplos disso -- é que as incubadoras e as 'start ups' são cada vez mais relevantes no que diz respeito ao peso do crescimento económico que tem existido", frisou.