EUA: Presidente da CNN critica "contínuos ataques" de Trump à imprensa
"Há uma total e completa falta de noção da Casa Branca sobre a gravidade dos seus contínuos ataques aos meios de comunicação social", escreveu o presidente da CNN, Jeff Zucker, numa publicação feita através da conta oficial da CNN na rede social Twitter.
Jeff Zucker acrescentou que "o Presidente [Donald Trump] e, especialmente, a porta-voz da Casa Branca [Sarah Sanders] deviam saber que as suas palavras têm impacto".
Porém, "até ao momento, não mostraram qualquer sensibilidade para isso", adianta o presidente daquele canal televisivo.
No passado, Donald Trump chegou a considerar, em declarações públicas, a CNN e outros órgãos de comunicação social como "inimigos do povo".
A publicação de Jeff Zucker foi feita horas depois de ter chegado à sede da CNN, localizada num prédio em plena zona de Manhattan, Nova Iorque, um presumível pacote suspeito.
O edifício acabou por ser evacuado e, depois reaberto, permitindo que os funcionários da CNN, que fizeram cobertura do incidente na rua, voltassem à sede.
Segundo a polícia de Nova Iorque (NYPD), o pacote continha um explosivo ativo e um envelope com pó branco.
O chefe da unidade de contraterrorismo da NYPD, John Miller, indicou que o dispositivo explosivo encontrado na sede da CNN, no edifício Time Warner, parece ter sido remetido pela mesma pessoa que enviou bombas artesanais para casa do multimilionário e filantropo George Soros, da ex-secretária de Estado Hillary Clinton e do ex-Presidente Barack Obama.
John Miller e responsáveis da polícia federal (FBI) precisaram, em conferência de imprensa, que os dispositivos improvisados eram todos semelhantes - pedaços de cano bem selados com material explosivo no interior -, mas que o da CNN era negro e tinha arames, acrescentando que a substância no envelope está a ser analisada para se saber se é perigosa.
Entretanto, o Presidente norte-americano, Donald Trump, emitiu um apelo para a unidade, após a interceção de pacotes com engenhos explosivos endereçados a Hillary Clinton e Barack Obama, defendendo que "a violência política" não é tolerável nos Estados Unidos.
"Em momentos como este, devemos unir-nos", declarou Trump, que tem recorrido, em campanha, a uma retórica extremamente agressiva em relação aos seus adversários políticos.
Segundo o líder norte-americano, "não há, nos Estados Unidos, lugar para atos e ameaças de violência política de qualquer natureza".
"Estamos muito zangados", acrescentou, prometendo esclarecer totalmente este caso do envio para diversas personalidades políticas, e também para a redação de Nova Iorque da estação televisiva CNN, de encomendas armadilhadas.
Embora sem referir o seu antecessor na Casa Branca, Barack Obama, ou a sua adversária democrata nas eleições presidenciais de 2016, Hillary Clinton, Donald Trump sublinhou que serão utilizados todos os meios necessários para levar a bom porto a investigação do FBI.