Eleição de novo presidente da CIM do Alentejo Central está num impasse

A eleição do novo presidente da Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central (CIMAC), na sequência das eleições autárquicas de 01 de outubro, está num impasse por falta de acordo entre os autarcas do PS e da CDU.
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"A CDU quer manter a presidência e o PS defende que deve ter a presidência" da CIMAC, disse hoje à agência Lusa o presidente da Câmara de Évora, o comunista Carlos Pinto de Sá, que convoca as reuniões da entidade por liderar o município do distrito com mais eleitores.

Nas eleições autárquicas de 01 de outubro, o PS reconquistou o maior número de câmaras no distrito de Évora, seis, à frente da CDU, que ficou reduzida a cinco, incluindo Évora, enquanto os outros três municípios mantêm-se nas "mãos" de movimentos independentes.

Embora reconhecendo que "houve uma alteração política" no distrito no seguimento das últimas autárquicas, Pinto de Sá disse que a lei prevê que tenham de existir "duas maiorias", uma relacionada com "o número simples de câmaras" e outra com "o número de eleitores".

"As câmaras da CDU têm a maioria do número de eleitores, mas [a coligação liderada pelo PCP] tem cinco câmaras, e o PS tem seis câmaras, portanto, não tem a maioria das câmaras e há ainda três movimentos de cidadãos", notou o autarca comunista.

O presidente da Câmara de Évora defendeu que o cenário resultante das eleições autárquicas deste ano "obriga a uma negociação entre as forças políticas, ouvindo os movimentos de cidadãos", adiantando que "é esse processo que está a decorrer".

Também em declarações à Lusa, o presidente do município de Reguengos de Monsaraz, o socialista José Calixto, realçou que a posição dos autarcas do PS foi conciliada com os independentes de Borba e Redondo e que está apoiada "na história da CIMAC".

"Há quatro anos, a eleição para o presidente da CIMAC fez-se em pressupostos que vinham sendo utilizados ao abrigo da anterior lei, mas também já sobre esta lei, na base de uma eleição secreta em que houve um acordo prévio", disse.

Segundo o autarca, "a força política que tem o maior número de câmaras apresenta o presidente, a segunda força com maior número de câmaras apresenta o primeiro vice-presidente e os movimentos de cidadãos apresentam o segundo vice-presidente".

"Se vamos olhar para o número de eleitores, nunca nenhum bloco político tem os dois critérios", disse, defendendo que para o normal funcionamento da CIMAC "o princípio de sempre" era o que "deveria valer, fosse qual fosse o cenário resultante das eleições".

O conselho intermunicipal da CIMAC, composto pelos 14 presidentes de câmara do distrito de Évora, tem nova reunião marcada para o dia 21 deste mês, mas os autarcas admitiram que podem realizar-se outros encontros para dar continuidade às negociações.

A CIMAC foi liderada nos últimos quatro anos pela presidente da Câmara de Montemor-o-Novo, Hortênsia Menino (CDU).

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