Clima: COP23 no caminho certo, mas com velocidade reduzida - ONG Zero

A cimeira do clima de Bona (COP23) demonstrou que os países e organizações estão no caminho certo, mas a velocidade reduzida, sendo necessário avançar rapidamente para combater a urgência das consequências das alterações climáticas, disse hoje a ONG ZERO.

Em declarações telefónicas à agência Lusa, o responsável da organização não-governamental portuguesa Francisco Ferreira disse, a partir daquela cidade alemã, que os atrasos na implementação das metas dos Acordos de Paris, já algo desatualizados, têm de ser rapidamente revistos e que "tem de se andar mais depressa".

Lamentando também os atrasos no financiamento para os programas de combate às alterações climáticas -- o chamado G37 e a China pediram durante a cimeira para que o tema seja analisado em próximas sessões -, Francisco Ferreira defendeu um avanço significativo na "descarbonização da economia" e a aposta nas energias renováveis.

"Todos estão unidos para levar por diante o Acordo de Paris, mas as respostas tardam, face à cada vez maior constância de tufões e furacões, de incêndios, da subida do nível das águas do mar e das secas mais intensas", argumentou.

Francisco Ferreira salientou, por outro lado, que a reunião de Bona é "mais um passo" para redefinir as metas de Paris, para serem apresentadas na Cimeira de Katowice (Polónia), marcada para dezembro de 2018, em que se espera já uma posição comum "mais avançada e com medidas mais concretas para antecipar as metas" definidas para 2030.

Criticando a política oficial dos Estados Unidos sobre este tema, imposta pela Administração de Donald Trump, o responsável da ZERO desdramatizou a questão, sublinhando que, no terreno, as empresas, os municípios e os diferentes Estados estão a dar "resposta" e a contrariar as regras de Washington.

Os países reunidos na 23.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP23) acordaram esta noite iniciar um diálogo para no final de 2018 fazer uma avaliação coletiva das suas emissões de gases com efeito de estufa.

A cimeira em Bona terminou com os países a acordarem lançar um processo de "diálogo" de um ano para avaliar o caminho que é necessário percorrer se o mundo quiser reduzir em dois graus o aquecimento, conforme estipulado no Acordo de Paris.

O Acordo de Paris sobre redução de emissões de gases com efeito de estufa, alcançado em dezembro de 2015 e que entrou em vigor em 04 de novembro de 2016, estabelece compromissos da comunidade internacional para limitar o aquecimento global a um máximo de 2ºC acima dos valores médios da era pré-industrial.

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