No discurso de encerramento do 27.º Congresso do CDS-PP, que decorre em Lamego, no distrito de Viseu, uma localização para sinalizar a importância de respostas à interioridade, Assunção Cristas destacou, na área do território, a ideia de um "estatuto fiscal do interior".."O interior da nossa visão não se desenvolve com mais políticos, mais entidades, mais institutos, mais burocracia! O interior desenvolve-se fazendo dele uma zona franca regulatória, o sítio da Europa onde mais facilmente se pode testar uma ideia, o local privilegiado para crescer e fazer crescer", defendeu Assunção Cristas..A líder centrista propôs "um estatuto fiscal de benefício para o interior e uma verdadeira zona franca regulatória para que a inovação possa florescer".."Não podemos continuar a ter dois países, um litoral mais rico e um interior extremamente abandonado. Há quem diga que o interior é para passar férias, que não vale votos. Não pensamos assim no CDS. Desde a nossa fundação somos um partido nacional, que preserva e aposta no território e no mundo rural. Sabemos que todos somos Portugal!", argumentou..Assunção Cristas abordou igualmente, em matéria de território, as alterações climáticas e a seca.."Se queremos ter um território ocupado temos de perceber e explicar aqui e no contexto europeu que a água, nomeadamente para irrigação, não é um luxo do sul da Europa, é um instrumento de combate à desertificação e uma ferramenta de adaptação às alterações climáticas", sustentou..A líder centrista defendeu para Portugal uma posição de liderança mundial na inovação e na 'economia azul', que faça de cidades e vilas costeiras "centros territoriais de transformação de conhecimento em valor e crescimento económico, em estreita ligação com as universidades". ."Quando alguém no mundo perguntar sobre quem sabe fazer isto ou aquilo em matéria de mar, a resposta tem de ser óbvia: Portugal. Cruzaremos a dimensão territorial com a captação de investimento direto estrangeiro e certamente que o mar, por um lado, e a economia digital, por outro, são prioridades absolutas", sustentou..Face a transformações tecnológicas com reflexo no mundo laboral e na educação, Assunção Cristas disse acreditar Portugal pode liderar esse "novo mundo cheio de oportunidades". ."A nossa função não é proteger-nos de uma mudança inevitável, isso só os demagogos prometem! É criar condições para que sejamos atores liderantes dessa mudança, é criar instrumentos que permitam a todos adaptarmo-nos à mudança. É não deixar ninguém para trás", defendeu.