Câmara de Lisboa defende que EMEL em Telheiras vai melhorar estacionamento na freguesia

A Câmara Municipal de Lisboa (CML) defendeu na quarta-feira à noite que a entrada da empresa municipal EMEL em Telheiras "vai melhorar significativamente" o estacionamento na freguesia do Lumiar.
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Falando na reunião descentralizada destinada à audição dos munícipes das freguesias de Santa Clara e do Lumiar, o vereador do Urbanismo, Manuel Salgado (PS), afirmou que o "estacionamento nesta freguesia vai melhorar significativamente com a entrada em funcionamento da EMEL [Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa]".

O vereador responsável pelo pelouro da Mobilidade, Miguel Gaspar (PS), não esteve presente na sessão desta quarta-feira, tendo sido Manuel Salgado a responder à intervenção de um munícipe que contestou o estacionamento tarifado em Telheiras.

O autarca referiu que "todos os dias entram [na cidade] 370 mil automóveis ligeiros" de pessoas que "depois estacionam os carros onde arranjam lugar e apanham o Metro", acrescentando que "Telheiras é das zonas mais sujeitas a essa pressão".

Intervindo na sessão, o presidente da Junta do Lumiar, Pedro Delgado Alves, defendeu que a freguesia "é penalizada pelo facto de ter bocas de metro com estacionamento não tarifado à superfície e os bairros de Telheiras, a zona centro do Lumiar e a envolvente da Quinta das Conchas são zonas martirizadas diariamente pelo estacionamento de pessoas que apenas o fazem para utilizar o Metro, o que rouba lugares aos residentes, o que evita a possibilidade de circulação e de rotação no comércio local e que, de facto, prejudica a vida dos bairros".

Pedro Delgado Alves disse à Lusa que esta é uma medida "há muito solicitada pelos residentes", com a qual a junta concorda e que vai começar a funcionar em janeiro do próximo ano.

"O bairro é objeto de estacionamento por utentes do metropolitano que congestionam o bairro e deixam as viaturas estacionadas durante o dia, impossibilitando a gestão racional do estacionamento do bairro e o acesso a residentes a casa e a possibilidade de normal rotação de estacionamento para o comércio", reiterou, argumentando que a entrada da EMEL em Telheiras "assegura a regulação" da realidade dos "pontos mais pressionados".

O autarca avançou ainda que "está prevista a fixação de bolsas para residentes, que vão ser definidas nas próximas semanas em diálogo com a EMEL e a população", e que a "esmagadora maioria dos residentes reconhece que é uma medida que os protege".

Ainda assim, cerca de 440 pessoas já assinaram uma petição considerando que a "a vinda da EMEL não é requerida nem necessária, nem foi solicitada pelos moradores de Telheiras, uma vez que receiam um impacto contraditório com os seus legítimos interesses, e porque a regulação do estacionamento carece de um trabalho prévio que até ao momento desconhecem".

No caso de a medida vir a ser aplicada, os peticionários pedem "a atribuição gratuita do primeiro dístico de residentes por habitante".

Também os vereadores da oposição na Câmara Municipal de Lisboa teceram críticas à entrada da EMEL em Telheiras.

João Pedro Costa, do PSD, lamentou que os moradores só possam estacionar "num terço do bairro" e anunciou que o partido vai propor que o estacionamento seja dividido em seis zonas em vez de 15.

Por seu turno, o vereador do CDS-PP João Gonçalves Pereira declarou que os centristas defendem "o ordenamento do estacionamento na cidade", mas não concorda com a "forma como são repartidas e divididas as zonas".

"Se há um morador que mora numa determinada freguesia, ele deve poder estacionar em toda a freguesia. Para além do estacionamento que tem e que deve ter nessa mesma freguesia, deve poder escolher uma outra zona da cidade, seja a freguesia vizinha ou uma outra onde tem o seu local de trabalho", sustentou João Gonçalves Pereira.

A vereadora Ana Jara (PCP) também não concorda com o estacionamento tarifado pela EMEL, defendendo "a criação de uma rede de parques dissuasores" na cidade para resolver os problemas de falta de estacionamento.

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