Brexit: City de Londres propõe sistema migratório de curto prazo

O setor financeiro do Reino Unido, que funciona sobretudo no distrito da City de Londres, propôs hoje um sistema migratório "de curto prazo" para depois do 'Brexit', que permita aos trabalhadores estrangeiros fazerem estadas de seis meses sem visto.
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O TheCityUK, organismo que representa a City, e a consultora EY apresentaram um documento no qual propõem as opções preferidas para evitar que o setor perca competitividade depois do 'Brexit', a saída do Reino Unido da União Europeia.

Entre as medidas, a mais destacada, propõe criar uma categoria de imigrante de "curto prazo" para permitir às companhias internacionais transferir os seus empregados para Londres por um período de cerca de seis meses sem necessidade de pedir visto.

Segundo a proposta da City, a empresa britânica "patrocinaria" o trabalhador em questão e garantiria um salário mínimo, destinado a cobrir postos de formação, substituições, apoio a projetos concretos ou gestão de serviços a clientes britânicos.

Além desta fórmula, que serviria para ocupar postos de trabalho temporários, o setor analisa alargar de dois para cinco anos o período durante o qual um cidadão britânico pode estar fora do Reino Unido sem perder a autorização de residência permanente.

O documento também propõe criar um visto 'post-estudos' para permitir que os licenciados em matemáticas, ciência, tecnologia ou engenharia possam trabalhar durante dois anos no Reino Unido, bem como criar uma nova categoria de "especialistas".

O presidente do TheCityUK, Miles Celic, disse que "aplicar aos cidadãos da União Europeia o sistema de imigração que existe para os não comunitários depois do 'Brexit' não vai funcionar".

Celic advertiu que vai ser necessário um sistema "bem focado e justo" ou senão a City não poderá atrair as pessoas "com talento" que precisa para manter a sua posição de "centro financeiro global".

As últimas estatísticas sobre emprego no Reino Unido, publicadas na semana passada, indicaram que no primeiro trimestre deste ano existiam 2,29 milhões de trabalhadores procedentes da UE, menos 28.000 do que no mesmo período de 2017 e o primeiro decréscimo em oito anos.

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