Bispo de Viseu admite que diocese começa a sentir falta de sacerdotes

O bispo de Viseu, Ilídio Leandro, considera que a sua diocese começa a sentir falta de sacerdotes, antevendo que daqui a oito anos o número possa cair para pouco mais de metade, não ultrapassando os 50 párocos.
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"Na nossa diocese estamos a começar de sentir falta de sacerdotes. Somos das dioceses mais privilegiadas, pelo número de sacerdotes em proporção às paróquias. Porém, prevejo que daqui a oito anos não tenhamos mais de 50 párocos", destacou.

Durante o encontro que realiza anualmente com os jornalistas, Ilídio Leandro, sublinhou na quinta-feira à noite que a diocese de Viseu tem atualmente 114 padres, embora só 91 sejam párocos, divididos pelas 208 paróquias.

"Comparando com outras dioceses, até somos privilegiados, porém, olhando para o anuário com os nomes e as idades dos padres que temos e olhando para o número de paróquias, nos dez anos a seguir ao Sínodo e já vamos no segundo, a diocese vai mudar completamente de fisionomia, no sentido de paroquialidade, de padres nas paróquias", admitiu.

De acordo com o bispo de Viseu, a média de idades dos sacerdotes da sua diocese ronda os 66 anos, sendo o número de párocos atual o ideal em proporção ao número de paróquias existentes.

"Neste momento, temos o ideal, os 91 são um número ideal e a Diocese de Viseu também tem atraído alguns padres de fora, o que dou graças a Deus. Estão dois de Benguela e temos também dois do Brasil e vem agora mais um em setembro, um jovem", referiu.

Ilídio Leandro considera que Viseu é a segunda diocese melhor posicionada em número de párocos em proporção ao número de paróquias, logo a seguir à de Lamego.

Também este mês, a 25 de junho, serão ordenados três novos sacerdotes.

O bispo de Viseu aproveitou ainda para informar que a partir de setembro irá retomar as visitas pastorais, que tinha interrompido há cerca de um ano.

Estas visitas servirão também para perceber em que fase estão as unidades pastorais, que nasceram de uma decisão do Sínodo, mas que estão "a demorar a iniciar-se, sendo "experiências um bocadinho tímidas".

Estas unidades pastorais, constituídas por leigos e padres, "são urgentes", de forma a assegurar o futuro das paróquias da Diocese de Viseu.

"Faltando padres, ou melhor, os padres que têm agora 75 e 80 anos daqui a dez terão 85 e 90 e não estarão a paroquiar ou estarão a fazer algumas tarefas com muitas dificuldades, mas teremos as paróquias com alegria, sentido de participação e sentido formativo", concluiu.

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