Num balanço do primeiro ano de mandato, Luísa Salgueiro, que se tornou na primeira mulher a assumir os destinos desta autarquia, no distrito do Porto, garantiu que vai "honrar a palavra" e cumprir o que assumiu com os eleitores, o que está já a acontecer. ."Estamos a cumprir os compromissos que fomos estabelecendo, mas para isso primeiro tivemos de garantir as boas finanças da autarquia", afirmou. .A socialista salientou que reduziu a taxa do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), tal como prometeu, isentou de derrama as pequenas e médias empresas, amortizou a dívida em dez milhões de euros e tem um prazo médio de pagamento a fornecedores de 15 dias. ."Estamos a trabalhar, mas garantindo a sustentabilidade financeira e boas contas", frisou. .Aquando da tomada de posse, Luísa Salgueiro prometeu tornar Matosinhos num concelho "ousado, saudável, ativo, inclusivo e atrativo", algo que, sustentou, está a fazer. .A autarca adiantou que já realizaram "grandes" eventos internacionais, fizeram da Casa da Arquitetura um local de referência, arrancaram com a Bienal de Design, em conjunto com o Porto, e fizeram atividades culturais em todas as freguesias. .Em matéria de "saudável", a presidente da câmara recordou que o atual executivo arrancou com a bolsa de cuidadores, elaborou planos de saúde de apoio à saúde oral e visual e tem um bairro "inteligente, resiliente e de baixo carbono" onde serão testadas e postas em prática, em contexto real, soluções tecnológicas orientadas para a descarbonização da cidade, chamado de Living Lab. ."Estamos a construir um Matosinhos ativo, com o apoio a instituições desportivas e com o alargamento da prática desportiva a praças, conjuntos habitacionais e praias", vincou. .Já em termos de inclusão, Luísa Salgueiro frisou que abriram um gabinete de apoio ao emigrante, criaram uma rede de intervenção na violência doméstica, reforçaram em dois milhões de euros os apoios às Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) e abriram um espaço dedicado à comunidade LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgéneros). .A presidente do município acrescentou que Matosinhos está agora mais "atrativo" com novos roteiros turísticos, com um gabinete de apoio ao investidor e com uma maior valorização da orla costeira. ."Desde que tomei posse deram entrada 200 projetos novos para alojamento local e para nove hotéis, além disso, os postos de turismo receberam mais de 20 mil pessoas", ressalvou. .A socialista deu ainda nota de que, em novembro, irá apresentar a nova versão do Plano Diretor Municipal (PDM), algo pendente há mais de dez anos. .Outra das alterações introduzidas por Luísa Salgueiro foi a realização de reuniões públicas do executivo em todas as freguesias do concelho, cujo objetivo é descentralizar e submeter-se ao escrutínio das pessoas, contou. .As melhorias apontadas pela autarca são confirmadas pelo vereador independente Narciso Miranda, que já assumiu a presidência da câmara pelo PS entre 1997-2005, falando num início de mandato "globalmente positivo". .No seu entender, a socialista conseguiu reassumir medidas e objetivos que eram "fundamentais" para o desenvolvimento estratégico de Matosinhos, numa perspetiva local e regional. .Apesar de entender que houve "duas ou três coisas" que melhoraram, o vereador social-democrata não quis arriscar balanços, dizendo ser "ainda prematuro". ."Neste momento, ainda não se pode ver o trabalho de um executivo porque é preciso estudar dossiês, analisar algumas situações", adiantou Jorge Magalhães. .A crítica surgiu pelo independente António Parada que entendeu que o concelho está "estagnado" e votado a uma "continuidade". .Na sua opinião, é importante fazer diferente, situação que "aumenta o desafio do seu projeto autárquico" para os anos futuros. .O executivo da Câmara Municipal de Matosinhos é composto por cinco vereadores eleitos pelo PS, dois pelo movimento independente de Narciso Mirando, dois pelo movimento independente António Parada, um pelo PSD e um pela CDU. .Dado não ter tido maioria absoluta, Luísa Salgueiro estabeleceu um "acordo" com o eleito da CDU, José Pedro Rodrigues, para garantir a estabilidade governativa.