Aumento dos indicadores de violência no Rio de Janeiro leva a intervenção do Governo
Segundo dados oficiais do Instituto de Segurança Pública (ISP), órgão responsável pelos dados de violência e ações das policias do Rio de Janeiro, entre 2015 e 2017, o número de mortes violentas no Estado aumentou de 5.010 para 6.731.
Assim, a taxa de mortes violentas por 100 mil habitantes, no mesmo período, saltou de 30,3 para 40.
E as mortes causadas por polícias também aumentaram: em 2015 foram confirmados 645 casos de mortes em ações das policias, quase metade das mortes referenciadas no ano passado: 1.124 registos.
O número de policias mortos bateu um recorde histórico no ano passando, quando 138 agentes de segurança foram assassinados.
As queixas sobre roubos de rua, que englobam pessoas assaltadas a pé e nos transportes públicos, cresceram de 85.280 ocorrências em 2015 para 125.698 em 2017.
No mesmo período, o roubo de veículos subiu de 31.035 para 54.367.
O ano de 2018 começou com estatísticas igualmente preocupantes.
Dados oficiais relativos aos indicadores de criminalidade do mês de janeiro ainda não foram divulgados pelo ISP, mas o recrudescimento da violência é notado em estatísticas divulgadas pela aplicação para telemóveis Fogo Cruzado, que mapeia os tiroteios na região metropolitana do Estado.
O Fogo Cruzado indicou que no primeiro mês do ano houve 688 registos de disparos de armas de fogo na região metropolitana do Rio de Janeiro, um aumento de 117% em relação a 2017.
No Carnaval, festejado entre os passados dias 09 e 12, as imagens de foliões brincando nos blocos de rua e nos desfiles glamorosos das escolas de samba na Marques de Sapucaí disputaram espaço com cenas de assaltos em massa, os chamados arrastões, espancamentos e pessoas a apresentarem queixas nas esquadras.
O Rio de Janeiro, principalmente a capital e região metropolitana, tem sofrido com a escalada da criminalidade desde o final dos Jogos Olímpicos de 2016, problema agravado por uma grave crise económica, que fez com que o governo local tivesse dificuldade para manter equipamentos de segurança e pagar os salários dos agentes das policias.
Diante deste quadro de guerra, o Presidente do Brasil, Michel Temer, assinou um decreto com validade até 31 de dezembro, passando a direção das forças de segurança para as mãos de um comandante do exército, que a partir agora organizará as ações da polícia militar, polícia civil e do corpo de bombeiros do Rio de Janeiro.
Foi a primeira medida deste tipo tomada deste 1988, quando a Constituição em vigor do Brasil foi assinada.