Artista add fuel com painel de azulejos ao lado dos de Maria Keil e Júlio Pomar em Lisboa
Ao longo dos anos, as escadarias da Avenida Infante Santo foram sendo decoradas com painéis de azulejos de artistas como Maria Keil, Carlos Botelho, Júlio Pomar e Alice Jorge, Sá Nogueira e Eduardo Nery. Mas faltava uma, a fachada de um equipamento da Junta de Freguesia da Estrela.
"Era uma descontinuidade que não fazia sentido", considerou, em declarações à Lusa, o presidente da Junta de Freguesia da Estrela, Luís Newton, que no ano passado lançou o desafio a add fuel de preencher a fachada com um painel de cerca de 200 metros quadrados.
O desafio passava por "dar continuidade ao que estava construído" e o artista respondeu com uma proposta que "inclui alguns elementos, reinterpretados, dos outros painéis para se integrar na história que estes contam".
Luís Newton destacou a "reinterpretação da dimensão clássica" do azulejo caracterizadora do trabalho de Diogo Machado, que ao longe parece uma coisa e visto de perto é outra.
Ao longe, os trabalhos de reinterpretação da azulejaria de add fuel parecem tradicionais painéis de azulejos, em tons de azul, com motivos usados em séculos passados; ao perto, distinguem-se, por exemplo, desenhos de caveiras.
A colocação dos azulejos na escadaria da Avenida Infante Santo deverá "começar muito em breve para aproveitar o verão", já que é uma obra "dependente das condições atmosféricas".
"O mais tardar em setembro ou outubro deverá ficar concluído", adiantou Luís Newton.
O projeto da Junta de Freguesia da Estrela, em coprodução com a plataforma de intervenção artística Mistaker Meker, conta com o apoio da empresa especializada na produção de revestimentos e pavimentos cerâmicos Revigres, e tem apoio institucional do Programa de Investigação e Salvaguarda do Azulejo de Lisboa (PISAL) da Câmara de Lisboa e do Museu do Azulejo.
Ilustrador 'freelancer', Diogo Machado, de 36 anos, começou a reinterpretar azulejos tradicionais, com recurso a 'stencil' (pintura com moldes), quando em 2008 foi convidado a participar numa exposição em Cascais, que consistia em revestir edifícios com telas com ilustrações. Desde então, já expôs, dentro e fora de portas, em várias cidades, em Portugal e no estrangeiro.